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Preparado para a noite de reveillón? Veja dicas para minimizar as complicações depois de brindar

31 dezembro 2024 - 09h33

Cuidar mais da saúde está entre as suas metas para 2025? Se sim, a noite de réveillon já pode ser o começo, com mais moderação na qualidade e na quantidade do que for consumido. E se você não pretende passar a virada do ano sem bebida alcoólica, antes de tudo é importante destacar que não existe dose segura de álcool para o organismo, segundo a OMS. Mas alguns cuidados podem minimizar o cansaço no dia seguinte, e o principal deles é a moderação:

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Não beber de estômago vazio

Investir em bebidas menos açucaradas pode ajudar a evitar excessos
Ficar atento ao teor total de álcool ingerido*: quanto mais álcool, maior será a ressaca
Beber um copo de água para cada copo de bebida alcoólica pode minimizar os efeitos da ressaca no dia seguinte, mas não vai fazer com que ela não apareça

A endocrinologista e diretora do departamento de Endocrinologia do Esporte e Exercício da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) Cristina Schreiber alerta que o álcool não é absorvido pelo organismo e sai inalterado na urina. E quanto maior for a quantidade de álcool ingerida, mais o fígado será sobrecarregado.

Schreiber afirma que a SBEM condena o uso da palavra detox, porque não existe medicamento ou alimento milagroso que promova uma desintoxicação do organismo. Esse é um processo natural, que leva tempo.

“Temos que nos preocupar principalmente com os adolescentes, com as crianças, com a violência doméstica, com os acidentes de trânsito, porque o álcool propicia todas essas tragédias”, alerta Schreiber.

Vale destacar que os elementos químicos benéficos para o organismo que estão presentes no vinho e na cerveja, por exemplo, também podem ser obtidos através outros alimentos e bebidas, como a uva e o levedo de cerveja (cerveja sem álcool).

Misturar diferentes tipos de bebidas alcoólicas faz diferença?

O maior consenso em relação ao consumo de álcool entre profissionais de saúde é que não existe dose segura e que a quantidade total de álcool ingerido importa mais do que a mistura ou não das bebidas.

* Bebidas destiladas têm teor alcoólico geralmente entre 35% a 50%, dependendo da marca e do tipo. Exemplos:

Vodca: 40%
Uísque: 40%
Cachaça: de 38% a 48%
Cerveja: Varia entre 3% a 12%, dependendo do estilo e da fabricação. Exemplos:

Cervejas claras e comuns (pilsen): de 3% a 5%
Cervejas artesanais ou encorpadas: de 6% a 12%
Vinhos: Geralmente entre 10% a 15%, dependendo do tipo. Exemplos:

Vinhos brancos e rosés: de 10% a 12%
Vinhos tintos: de 12% a 14%
Vinhos fortificados (como vinho do Porto): de 16% a 20%
Além do teor alcoólico das bebidas, vale se atentar também para a quantidade de açúcar presente nela.

“Às vezes, a pessoa acaba ingerindo em maior quantidade as bebidas mais açucaradas. E também, quanto maior o teor de açúcar, maior vai ser o pico glicêmico e o pico da insulina”, alerta o endocrinologista Clayton Macedo, da SBEM e da Associação Brasileira para o uso da Obesidade e Síndrome Metabólica (ABESO).

O gastroenterologista do Hospital Israelita Albert Einstein Fernando Pandullo afirma que misturar bebidas alcoólicas diferentes, como vinho, cerveja e whisky pode aumentar o risco de ressaca, pois sobrecarrega o fígado, assim como misturar refrigerantes com bebidas muito doces também causa uma sobrecarga. Mas não adianta achar que um gole de três bebidas diferentes pode ser pior que beber uma garrafa inteira de vinho.

Por outro lado, médicos também alertam que misturar bebidas pode contribuir para o consumo excessivo e as pessoas podem não controlar a ingestão total de álcool.

Antes de pensar em exagerar na dose, fique atento aos seguintes pontos, destacados pelo endocrinologista Clayton Macedo:

Ressacas são responsáveis por €2,6 bilhões anuais em perdas econômicas na Holanda, devido ao absenteísmo e presenteísmo no trabalho
Ressacas prejudicam o desempenho cognitivo, principalmente em tarefas de memória e atenção, devido à diminuição no sono profundo.
Pensamento negativo repetitivo e regulação emocional inadequada amplificam a severidade de sintomas de ansiedade e depressão durante a ressaca.
Comer alimentos ricos em carboidratos durante episódios de consumo de álcool reduz a severidade dos sintomas de ressaca.
Minoxidil oral pode exacerbar sintomas como dores de cabeça e fadiga em consumidores de álcool.
Uso simultâneo de álcool e cannabis aumenta o consumo de álcool e a severidade da ressaca, além de riscos como direção sob efeito de substâncias.
Consumo de álcool no dia anterior a exercícios intensos reduz significativamente o desempenho muscular e atrasa a recuperação.
Cirurgias bariátricas podem alterar o padrão de ingestão de álcool, aumentando a frequência de ressacas e episódios de consumo problemático.
Ressacas reconhecidas como condição médica independente na CID-11 (cadastro internacional de doenças) destacam a necessidade de intervenções, mas questionam seus impactos éticos.
Durante a pandemia da COVID-19, o aumento no consumo de álcool gerou efeitos indiretos severos, incluindo dependência e aumento de ressacas.

Como evitar a indigestão após a ceia?

Para evitar a indigestão e excessos na noite da virada, vale seguir algumas dicas:

Evitar comidas mais gordurosas e de digestão lenta, como: como pernil e costela com pele
Evitar frituras
Tentar substituir as sobremesas mais açucaradas pelas opções com frutas
Eliminar os embutidos, como salame, presunto e bacon
Não pular refeições ao longo do dia para evitar excessos durante a ceia
Não ingerir bebidas alcoólicas com estômago vazio
Comer devagar e em pequenas porções
Não deitar logo após comer
Beber líquidos entre as refeições e não durante
Moderar no consumo de bebidas alcoólicas e evitar misturá-las com alimentos muito gordurosos
Tanto para o excesso de comida quanto de bebida, são recomendados nos dias posteriores bastante hidratação, uma alimentação mais leve e atividade física. A comida mais leve melhora a digestão e equilibra os excessos ocorridos nos dias de festa, não só em termos de calorias, mas também em relação a quantidade de gorduras ingeridas.

*G1 Globo