NO PARANÁ

Jovem foi atacada com soda cáustica logo após sair para intervalo do trabalho

25 MAI 2024 • POR • 11h07
Isabelly Aparecida Ferreira Moro, de 23 anos - Arquivo Pessoal

Thaís Carol Sfeir é gerente da loja de roupas onde trabalha Isabelly Aparecida Ferreira Moro, de 23 anos, atingida com soda cáustica a caminho da academia no Paraná. Segundo a chefe, a jovem trabalha há um ano como vendedora e estava no horário do intervalo quando foi atacada.

SIGA o Portal O Norte nas redes sociais: FacebookTwitter e Instagram

O crime aconteceu na tarde de quarta-feira (22) em uma rua da área central de Jacarezinho, no Norte Pioneiro do Paraná. A vítima ficou em estado grave e está internada no Hospital Universitário (HU) de Londrina.

A gerente conta que Isabelly tinha um dia cheio de compromissos, entre a vida profissional e os estudos, e diariamente reservava um tempo para ir à academia no intervalo do trabalho.

"Ela gostava muito de treinar, ia todos os dias para academia, a princípio após o expediente, mas aí nesse ano ela começou faculdade, está cursando Direito em uma cidade vizinha, então seus horários mudaram, ela passou a ir todos os dias para academia no seu horário de almoço", relata.

Thaís fala que o que aconteceu foi uma "tragédia". Ela cita que Isabelly estava contente e realizando sonhos por ter começado o curso de Direito em uma faculdade de Santo Antônio da Platina, cidade vizinha a Jacarezinho.

"Isabelly está na nossa equipe há quase um ano, uma colaboradora muito dedicada, prestativa, querida por todas as nossas amigas e clientes. Nossa relação profissional sempre foi muito boa, ela é muito ágil, disposta", diz a gerente.

Gerente soube do ataque e pensou ser 'trote'

Thaís afirma que Isabelly saiu para o intervalo por volta das 13h e foi para a academia, que fica a cerca de 500 metros da loja onde trabalha.

Uma hora após a jovem ter sido atacada, Thaís recebeu um telefonema da prima da vítima relatando o que teria acontecido, mas pensou que era trote.

"Recebi um telefonema da prima da Isabelly informando que ela estava entubada no Pronto Socorro da cidade. De imediato minha reação foi duvidar, falei que há pouco ela havia saído, que era engano, desliguei e liguei na Santa Casa", relembra.

Thaís foi ao pronto-socorro e confirmou que o relato da prima de Isabelly era verdadeiro.

Inicialmente, a polícia disse que a jovem tinha sido atacada com ácido. Porém, mais tarde a suspeita de cometer o crime disse que usou uma mistura de água com soda cáustica.

Jovem atacada com ácido em rua em Jacarezinho — Foto: Reprodução

Suspeita foi presa

Uma jovem de 22 anos foi presa na manhã desta sexta-feira (24) no pátio de um hotel de Jacarezinho suspeita de cometer o crime. Conforme a polícia, ela confessou o crime e disse que a substância jogada em Isabelly era uma mistura de água e soda cáustica.

A soda cáustica, também conhecida como hidróxido de sódio, é uma substância altamente corrosiva e tóxica utilizada em produtos de limpeza doméstica. Se ingerida, pode causar danos severos ao sistema digestivo, levando a complicações graves e, em casos extremos, até à morte.

Perícia deve confirmar qual a substância usada no ataque. De acordo com as investigações, o crime foi cometido por ciúmes.

A jovem está presa preventivamente e, conforme a Polícia Civil, deve responder pelos crimes de homicídio qualificado por motivo fútil, emboscada, meio cruel e feminicídio. O g1. tenta identificar a defesa dela. Saiba detalhes da prisão.

Segundo PM, mulher foi presa na madrugada destas sexta (24) — Foto: PM-PR

Relembre como foi o ataque

O ataque contra Isabelly aconteceu na Alameda Padre Magno, na região central de Jacarezinho.

De acordo com o delegado Tristão Borborema, a jovem estava indo para a academia quando uma pessoa se aproximou, jogou o líquido químico na vítima e fugiu.

Segundo a polícia, Isabelly teve queimaduras no rosto, peito e na boca.

Um vídeo gravado por uma câmera de monitoramento mostra Isabelly correndo na rua em busca de ajuda após ser atingida pela substância.

Uma das pessoas que ajudou a vítima foi o cabelereiro Décio Silva. Ele colocou a jovem no carro dele e a levou para o hospital.

Após o ataque, uma testemunha encontrou uma sacola preta e um copo que estavam molhados. O material foi recolhido para análise.

Sacola e o local com a marca do produto jogado na jovem — Foto: Reprodução

*G1 Globo