Governo do Tocantins anuncia edital no valor de R$ 800 mil para a preservação do patrimônio cultural
9 AGO 2024 • POR • 08h58O Governo do Tocantins, por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), publicará um Edital FEC Arquivos 2024, ainda este mês, com a destinação de recursos do Fundo Estadual de Cultura (FEC), no valor de R$ 880 mil para realização de 11 projetos, sendo destinados R$ 80 mil para cada um. O anúncio foi feito durante o encerramento do 1° Seminário de Arquivos Históricos Documentais do Tocantins, na manhã desta quinta-feira, 8, em Palmas, pelo superintendente de Fomento e Incentivo à Cultura da Secult, Antônio Miranda.
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“Este é o primeiro edital nessa modalidade no Tocantins. Será uma oportunidade para que gestores de arquivos possam desenvolver ações de manutenção desses arquivos, bem como a recuperação de acervos. Esse certame trará elementos que contribuirão para a implementação de políticas de preservação do patrimônio cultural documental tocantinense”, afirmou o superintendente Antônio Miranda.
Durante a cerimônia, o coordenador do Núcleo de Editais da Secult, Tales Monteiro, explicou que o objetivo do edital é garantir ações de preservação e difusão. “Os recursos devem contemplar atividades de preservação, instalação, modernização ou manutenção de arquivos em todas as regiões geográficas do estado, permitindo que os diversos acervos existentes no Tocantins sejam protegidos e compartilhados com a população, estimulando o direito à memória e o acesso à informação e à garantia da cidadania cultural”, afirmou. Os arquivos e acervos inscritos e contemplados no certame passarão a compor a Rede Estadual de Arquivos.
Promovido pelo Governo do Estado, por meio da Secult, com apoio do Arquivo Nacional, da Universidade Federal do Tocantins (UFT), do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan-TO) e do Ministério Público (MP-TO), o evento contou com cerca de 100 participantes nos dois dias de programação.
Programação de encerramento
A apresentação da Orquestra Sanfônica Amor Perfeito abriu a programação do segundo e último dia de evento, realizado na manhã desta quinta-feira, 8. Todo o evento contou com palestras, oficinas e mesa-redonda, atividades conduzidas por especialistas do setor. Estiveram presentes representantes dos municípios de Pium, Natividade, Dianópolis, Arraias, Porto Nacional, Araguaína, entre outros.
A professora da Universidade Federal do Tocantins (UFT), Kátia Maia Flores, ministrou a palestra Memória, Patrimônio e Identidade e discorreu sobre como a memória deixa referências a respeito do passado. Para a pesquisadora, a documentação histórica não interessa apenas ao historiador, ela é um direito de todos, um patrimônio inalienável do ser humano que confere identidade, gera conhecimentos e afetividades. "A memória é diferente de recordar. É um processo muito mais direcionado do que um simples lembrar. Então a memória, mesmo quando você está sozinho, é coletiva, é da sua relação com o outro, e é a memória que deixará as referências sobre o passado”, refletiu.
Após a palestra, o seminário teve continuidade com a reunião técnica sobre a estruturação da rede de arquivos históricos documentais do Tocantins, que contou com a participação do professor Wátila Misla Fernandes Bonfim e a mediação do diretor de Gestão de Documentos do Arquivo Nacional, Jean Marcel Caum Camoleze.
Na ocasião, o professor ressaltou a importância do evento, que reúne iniciativas arquivísticas, pesquisadores, historiadores e a comunidade em geral. “Assim, surgem diversas ideias de rede de cooperação, de sociabilidade, de trocas e ajuda mútua entre pesquisadores, bem como o edital que vai fomentar a produção, a preservação, a conservação de documentos, de arquivos, que é onde está a nossa memória”, pontuou Wátila Misla.
O morador do município de Pium e representante do Coletivo Jovem Estrela, que tem como objetivo a manutenção e a preservação da cultura local, Raimundo Carvalho, participou do seminário buscando ampliar seus conhecimentos sobre o tema. “Esperamos que cada vez mais sejam feitas iniciativas como essas, não somente de intercâmbio entre as comunidades, mas também de formação específica por meio de cursos de aprimoramento e aperfeiçoamento. Temos a preocupação de registrar em caráter de urgência as memórias do nosso povo que estão se perdendo com o tempo”, comentou.