Pessoas com diabetes podem estar mais perto de viver sem insulina
13 SET 2024 • POR • 13h05Pesquisadores têm tentado encontrar a cura para diabetes há anos. Um novo dispositivo pode ser um avanço nesse sentido e permitir que diabéticos tipo 1 vivam sem precisar de aplicações de insulina.
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A inovação é da empresa terapêutica de medicina regenerativa canadense Sernova Corp. Os ensaios clínicos estão em andamento, com resultados positivos.
O que é a diabetes tipo 1
A diabetes tipo 1 (DT1) é uma condição autoimune na qual o sistema imunológico do corpo ataca células produtoras de insulina no pâncreas. A insulina é responsável por manter o controle do açúcar no sangue.
A condição é normalmente diagnosticada cedo, na infância ou na adolescência, e os indivíduos têm que aplicar insulina diariamente para repor o que não está sendo produzido. O tratamento também envolve monitoramento constante para evitar consequências a longo prazo.
O dispositivo desenvolvido pela Sernova Corp, batizado de Cell Pouch System, pode facilitar a vida de diabéticos tipo 1. Trata-se de uma bolsa de células pancreáticas derivadas de células-tronco implantadas sob a pele dos pacientes.
Como funciona a bolsa de insulina
A invenção é um dispositivo pequeno, implantado sob a pele e contra o músculo abdominal. O Cell Pouch System é poroso, portanto, depois da implantação, os vasos sanguíneos conseguem se infiltrar nele e garantir funcionamento a longo prazo junto ao corpo do paciente.
Depois de seis semanas da implantação (tempo suficiente para que as pessoas com diabetes estejam adaptadas), as células são transplantadas para as câmaras de tecido que se formaram a partir do dispositivo. Se eles continuarem dependentes de insulina durante o processo, os pacientes podem receber novo transplante de células seis meses depois do anterior.
Dispositivo que pode livrar pessoas com diabetes da insulina funciona
O Cell Pouch System está em testes clínicos. Segundo o New Atlas, os participantes foram acompanhados por pelo menos três anos.
Veja como foi o processo:
- A fase 1 do ensaio contou com diabéticos tipo 1 entre 18 e 65 anos que tinham a condição há mais de cinco anos e histórico de episódios hipoglicêmicos graves;
- Eles foram divididos em dois grupos. O primeiro tinha seis pacientes que receberam o dispositivo de primeira geração. O segundo tinha sete pessoas que receberam dispositivo com capacidade 50% maior;
- Todos os indivíduos do primeiro grupo ficaram livres da insulina. Um deles permaneceu independente das aplicações por mais de quatro anos, com níveis de açúcar no sangue compatíveis com os de uma pessoa sem diabetes. Ele precisou retirar o dispositivo por outros problemas de saúde;
- Cinco anos depois da implantação, as pessoas do primeiro grupo tinham tecidos produzindo insulina e todos os outros hormônios que um pâncreas sem diabetes produziria. Não houve degradação do dispositivo;
- O estudo do segundo grupo ainda está em andamento e deve ter resultados divulgados em breve.
Segundo Piotr Witkowski, Diretor do Programa de Transplante de Pâncreas e Ilhotas da University of Chicago Medicine e principal pesquisador do estudo, as descobertas provisórias são muito promissoras e representam grande passo no tratamento da diabetes tipo 1.
*Olhar Digital