Idoso doente enfrenta atraso de 10h em jejum para cirurgia e filha denuncia descaso de instituto
26 OUT 2024 • POR Da Redação • 11h21Um idoso de 77 anos com graves problemas de saúde passou por um momento delicado enquanto esperava para fazer uma cirurgia de catarata em Araguaína no Norte do Estado. O senhor que é hipertenso, diabético e coom sequelas de AVC, teve que enfrentar em jejum um atraso de mais de 10 horas para ser submetido ao procedimento cirúrgico em um instituto especializado da cidade.
A técnica em enfermagem Rita Alencar, que é filha do paciente foi quem procurou nossa reportagem para denunciar o caso que ela classificou como "falta de respeito e prioridade no atendimento de pacientes vulneráveis" e levanta questões sobre a humanização no cuidado hospitalar.
A ESPERA PROLONGADA
Segundo a denunciante, o caso aconteceu no Instituto Olhar que agendou a cirurgia de catarata para as 11h30 dessa sexta-feira (25), orientando o paciente a iniciar o jejum às 7h.
Seguindo as instruções, ele chegou ao local às 11h, mas a cirurgia, que deveria ocorrer no máximo ao meio-dia, só aconteceu por volta das 17h55. Com isso, ele permaneceu mais de 10 horas sem comer ou beber, em um estado de desconforto que gerou grande preocupação à filha: "Deixar um idoso e ainda mais com a saúde fragilizada nessa situação é desumano e arriscado."
FALTA DE PRIORIDADE NO ATENDIMENTO
Segundo Rita, outros pacientes, mais jovens e que chegaram após seu pai, foram atendidos primeiro que o seu pai. O descumprimento de qualquer ordem de prioridade foi visto como um descaso pela família. "Ele tem sequelas de AVC, hipertensão, diabetes e problemas de audição, mas parece que nada disso foi considerado", desabafou Rita, destacando que a falta de empatia com pacientes vulneráveis precisa ser questionada.
RECLAMAÇÃO NA OUVIDORIA
Após o ocorrido, Rita formalizou uma reclamação na ouvidoria do Instituto Olhar e busca assegurar que o caso seja investigado. Ela alerta que seu pai pode não ser o único a passar por essa situação e que medidas são necessárias para proteger outros pacientes em condições similares. "Como profissional de saúde, sei a importância de um atendimento humanizado, especialmente para idosos", afirma Rita, que espera que o episódio sirva de alerta para mudanças urgentes.
O Portal O Norte entrou em contato com o Instituto Olhar para esclarecimentos sobre o caso. Confira a nota na íntegra:
NOTA DE ESCLARECIMENTO
Nós, do Instituto Olhar, sentimos muito pelo ocorrido com o paciente Sr. José Dias de Alencar, acompanhado de sua filha Rita Alencar, reconhecemos que todo e qualquer processo necessita de melhorias, todavia já estamos analisando as possíveis lacunas para ajustá-las imediatamente.
Ontem dia 25/10/2024, iniciamos o Projeto de Cirurgias Oftalmológicas pelo Araguaína Cuida, beneficiando pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) residentes em Araguaína-TO.
O paciente apresentado no vídeo foi orientado a iniciar o jejum às 7h, pois requer um jejum mínimo de 8 horas para realizar a cirurgia. Ele foi instruído a chegar às 11h30 para iniciar os procedimentos cirúrgicos, incluindo:
- Assinatura do termo de responsabilidade
- Início da dilatação
- Verificação e monitorização dos sinais vitais
- Teste de glicemia
Após essa triagem, segue-se o processo de anestesia e, posteriormente, a cirurgia. Após a saída da sala de cirurgia, o paciente passa pela recuperação pós-anestésica, onde permanece em observação. Somente após esse processo, ele recebe alta médica.
Quanto à prioridade mencionada no vídeo, entendemos que o paciente era idoso com problemas de saúde. No entanto, todos os pacientes atendidos para cirurgia de catarata de ontem são idosos com idades e quadros clínicos semelhantes (diabetes, hipertensão).
No projeto acima mencionado foram realizadas 32 cirurgias, sendo que os atrasos também se dão devido a alguns fatores que fogem ao controle ideal do tempo como: tempo cirúrgico, cuidado do médico, colaboração do paciente, entre outros, mas medidas estão sendo processadas e validadas para um maior controle dessas interferências.
Entretanto, entendemos o problema e o incomodo que essa situação gerou, lamentamos muito que o paciente e acompanhante tenham vivido essa experiência desconfortável, contudo agrademos o feedback, e faremos o que tiver ao nosso alcance para que esses tipos de transtornos não se repitam, evitando quaisquer riscos aos pacientes.
Desde já agradecemos pela compreensão.