FORÇAS ARMADAS

Alistamento militar feminino começa em 1° de janeiro; veja detalhes

11 DEZ 2024 • POR • 11h20
Mulheres poderão escolher entre Exército, Marinha e Aeronáutica, a depender da aptidão e das vagas - Reprodução

O Ministério da Defesa anunciou nesta quarta-feira (11) que mulheres que completarem 18 anos em 2025 poderão, de 1º de janeiro a 30 de junho, realizar o alistamento militar voluntário.

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A iniciativa é pioneira nas Forças Armadas e deve ofertar cerca de 1,5 mil vagas em 28 municípios de 13 estados e no Distrito Federal – 155 vagas na Marinha, 1.010 no Exército e 300 na Aeronáutica.

Até agora, o alistamento aos 18 anos ainda era restrito aos homens – convocados ou voluntários. As novas regras que permitiram que mulheres também se voluntariem nessa idade foram publicadas em 28 de agosto.

"Vai trazer às mulheres essa possibilidade de compor a força de trabalho, eu diria até de qualificar ainda mais a força de trabalho que ingressa voluntariamente às Forças. [...] Elas vão poder entrar e conhecer as Forças, e participar de todo esse processo que implica em uma transformação social, uma transformação do caráter da cidadã", diz o subchefe de Mobilização da Defesa, contra-almirante André Gustavo Guimarães.

As candidatas poderão se alistar pela internet ou presencialmente em uma Junta de Serviço Militar (veja cidades abaixo).

Critérios de alistamento

Para o alistamento voluntário, é preciso que as candidatas preencham dois critérios:

Entre os documentos solicitados estão:

Como funciona

O processo de recrutamento será realizado nas seguintes etapas: alistamento, seleção geral e seleção complementar, designação/distribuição e incorporação.

As candidatas passarão por uma seleção que inclui entrevista, inspeção de saúde (exames clínicos e laboratoriais) e testes físicos.

Elas poderão, também, escolher a Força Armada na qual desejam trabalhar: Exército, Marinha ou Aeronáutica.

A incorporação, no entanto, levará em conta também a aptidão da candidata e a disponibilidade de vagas.

Uma vez incorporadas, as mulheres ocuparão a graduação de soldado (ou marinheiro-recruta, no caso da Marinha) e terão os mesmos direitos e deveres dos homens.

Elas serão incorporadas em 2026, entre 2 e 6 de março ou entre 3 e 7 de agosto, e cumprirão 12 meses de serviço militar – que pode ser prorrogado até oito anos, se houver interesse do comando e da própria militar.

Durante o serviço, elas terão acesso a benefícios semelhantes aos dos homens: remuneração, auxílio-alimentação, licença maternidade e contagem de tempo para aposentadoria.

O Ministério da Defesa pretende aumentar, progressivamente, o número de mulheres recrutadas pelo Serviço Militar Inicial Feminino, atingindo o índice de 20% das vagas.

Cidades com vagas

Para 2025, serão oferecidas vagas para mulheres que morem nos seguintes municípios:

Segundo as Forças Armadas, esses municípios já contam com mulheres em suas instalações militares e, por isso, já têm estruturas como alojamentos para receber as novas candidatas. A Defesa deve fazer "adequações mínimas" para garantir a recepção das alistadas.

Mulheres nas Forças Armadas

As Forças Armadas possuem 37 mil mulheres, o que corresponde a cerca de 10% de todo o efetivo.

Atualmente, as mulheres atuam nas Forças principalmente nas áreas de saúde, ensino e logística.

Elas também têm acesso à área combatente por meio de concursos públicos especificos em estabelecimentos de ensino, como o Colégio Naval (CN), da Marinha, a Escola Preparatória de Cadetes do Exército (EsPCEx) e a Escola Preparatória de Cadetes do Ar (EPCAR), da Aeronáutica.

*G1 Globo