APOIO FEDERAL

Governador pede ajuda financeira para viabilizar travessia por balsa em rio após ponte desabar

26 DEZ 2024 • POR • 09h14

Para viabilizar a travessia entre os municípios de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA) após a queda da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, na BR-226, o governador Wanderlei Barbosa afirmou que busca apoio financeiro do governo federal. O anúncio foi feito na noite desta quarta-feira (25), em entrevista ao vivo para o Jornal Anhanguera 2º Edição e, a princípio, serviço deverá ser gratuito.

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O desabamento da ponte deixou 18 vítimas, entre mortos, desaparecidos e um sobrevivente, e aconteceu por volta das 14h50 deste domingo (22). Pessoas que estavam nas proximidades conseguiram filmar o momento exato em que a estrutura caiu. Na tarde desta quarta-feira os mergulhos para localização das vítimas foram liberados pelas autoridades.

Conforme explicou o governador, ele conversou com o ministro dos Transportes, Renan Filho, para que pudesse conseguir recursos para os traslado das pessoas entre as margens do rio Tocantins, por onde a ponte atravessava.

"Acabei de falar com o ministro Renan Filho, por se tratar de uma rodovia federal e uma ponte federal. Esse espaço do traslado dessas pessoas, da travessia do rio Tocantins no Estreito, eu me coloquei à disposição do Ministério como também se colocou à disposição o governador Brandão (Maranhão), mas o ministro entendeu que por se tratar de um espaço federal, o Governo Federal iria fazer. E me garantiu agora a pouco que até o final de semana iria ter a primeira balsa em funcionamento lá em Estreito", disse o governador.

Ele também citou que está em contato com uma empresa de balsas que já atende outros pontos de divisa do estado para o serviço.

"Houve uma tratativa tanto dele quanto com o pessoal da Pipes [...] Então estamos trabalhando isso, mesmo sendo uma rodovia federal, uma ponte federal, de responsabilidade do DNIT, de responsabilidade da Polícia Rodoviária Federal fazer essa fiscalização. Juntos nós estamos cuidando também dos resgates das pessoas e vamos cuidar agora da mobilidade, das pessoas que precisam atravessar", afirmou na entrevista.

O chefe do Executivo ainda comentou sobre a preocupação com relação ao tráfego e escoamento de produções agrícolas e de produtos que entram e saem do Tocantins. Para isso, ele reforçou que há alternativas de desvios, como na divisa com Imperatriz (MA), mesmo que alonguem um pouco mais a viagem.

"Todo esse fluxo de veículos passando por balsa vai haver um engarrafamento absurdo, então nós vamos melhorar essa rodovia passando por Darcinópolis, Angico, São Bento, Axixá e saindo para Imperatriz. É um trecho alternativo que nós colocamos à disposição do governo federal que vai precisar daqui a pouco de manutenção", explicou.

Ele reforçou que a primeira balsa deve chegar à região no fim de semana para o tráfego 'leve' e que o governo irá em busca de mais balsas para a travessia de pessoas, sendo essa a primeira proposta.

Buscas de vítimas após queda da ponte de Estreito, entre o TO e o MA — Foto: Luiz Henrique Machado/Corpo de Bombeiros

Sobrecarga em outras estruturas

Com o desvio do trânsito que gerou aumento no fluxo de outras rodovias que cortam o estado, Wanderlei disse que equipes da Agência de Transportes, Obras e Infraestrutura (Ageto) foram acionadas e que em uma ponte entre Palmeiras do Tocantins e Santa Terezinha não está sendo permitida a travessia de veículos pesados.

"É um super fluxo de veículos que está acontecendo e nós vamos precisar além do cuidado com as pontes, vamos precisar das balsas para que as pessoas que trabalham em Darcinópolis, que trabalham por ali, que precisam ir ao Estreito, que é a cidade maior, do comércio mais forte. Você imagina o quanto de prejuízo que vai ter em uma cidade igual a Estreito", ponderou.

O governador ainda deu a informação de que a travessia no trecho não terá custo para a população das cidades afetadas diretamente pelo colapso da ponte JK.

"Essa é a primeira informação que tenho. Agora eu quero conversar com o ministro para que todos tenham a condição de atravessar de maneira gratuita, visto que a ponte era gratuita", afirmou, reforçando que a medida deve beneficiar a princípio carros pequenos, motos e pedestres.

Desabamento

O acidente aconteceu na ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, conhecida também como ponte de Estreito. Segundo autoridades, dez veículos caíram no rio Tocantins, que passa sob a ponte.

A estrutura foi construída na década de 1960, tem 533 metros de extensão e ligava as cidades de Estreito, no Maranhão, e Aguiarnópolis, no Tocantins. Ela integra o corredor rodoviário Belém-Brasília. As más condições da ponte vinham chamando a atenção de quem passava por lá.

A Polícia Civil do TO diz que dez veículos caíram da ponte: duas caminhonetes, um carro e três motocicletas, além de quatro caminhões, sendo que dois deles carregavam 76 toneladas de ácido sulfúrico e outro 22 mil litros de defensivos agrícolas.

O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) informou que entre novembro de 2021 e novembro de 2023 manteve um contrato de manutenção das vigas, laje, passeios e pilares de estrutura no valor de R$ 3,5 milhões. Já outro contrato que tem vigência até julho de 2026 "prevê a execução de serviços para melhorar a trafegabilidade e dar mais segurança".

O departamento disse que em maio de 2024 lançou um edital de quase R$ 13 milhões para contratação de empresa para obras de reabilitação da ponte, mas nenhuma empresa venceu o certame.

Na segunda-feira (23), o Ministro dos Transportes Renan Filho anunciou a reconstrução da ponte no prazo de um ano, com investimento entre R$ 100 a R$ 150 milhões. Também foi decretada situação de emergência para facilitar os trâmites burocráticos para a atuação das equipes, incluindo a demolição da estrutura existente.

Vítimas encontradas

 

Corpos de quatro vítimas foram encontrados até esta quarta-feira (25) — Foto: Reprodução

*G1 Tocantins