NORTE DO ESTADO

Corpo de jovem desaparecida pode ter sido queimado em fornalha de cerâmica

5 ABR 2025 • POR Da Redação • 09h32
Fornalhas da cerâmica de propriedade do suspeito foram periciadas nesta sexta-feira - Divulgação PC-TO

A Polícia Civil realizou uma perícia nesta sexta-feira (4) em uma cerâmica localizada em Guaraí, no norte do Tocantins. O local pertence ao principal suspeito do desaparecimento de Míria Mendes Sousa Lima (19 anos), que sumiu em agosto de 2023.

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O homem investigado, ex-companheiro da vítima, está preso preventivamente desde março deste ano, quando foi deflagrada a Operação Déjà-vu.

SUSPEITA DE INCINERAÇÃO DO CORPO

Segundo o delegado Antonione Vandré, a polícia recebeu informações de que o corpo de Míria pode ter sido queimado nas fornalhas da cerâmica.

Apesar disso, os relatos vieram de pessoas que se recusaram a se identificar, alegando medo do investigado. “Todos relataram temor diante da periculosidade do suspeito”, afirmou o delegado.

VERSÕES CONTRADITÓRIAS

O delegado Joelberth Nunes informou que a perícia nas fornalhas foi solicitada devido às versões contraditórias apresentadas pelo suspeito sobre o caso.

Em um dos depoimentos, ele tentou transferir a culpa para uma funcionária da casa, dizendo que houve um desentendimento entre ela e Míria. A funcionária negou totalmente qualquer conflito com a jovem.

HISTÓRICO DE VIOLÊNCIA 

A investigação revela que o homem já teria agido com violência contra Míria meses antes do desaparecimento, chegando a empurrá-la de um carro em movimento.

Ele também é acusado de praticar atos semelhantes contra outras duas ex-companheiras, incluindo tortura e agressões físicas e psicológicas. A Polícia o considera reincidente em crimes de violência doméstica.

Viaturas da Polícia Civil durante perícia em cerâmica — Foto: Divulgação/PCTO

O QUE DISSE O SUSPEITO

Inicialmente, o suspeito afirmou que Míria havia saído de casa após um surto e deixado a filha e documentos da guarda. Também chegou a dizer que ela foi para Goiânia com outro homem, mas nunca apresentou provas dessas alegações.

A versão é contestada pela mãe da vítima, que registrou o desaparecimento e afirmou que Míria não manteve mais contato com a família desde 21 de agosto de 2023.

OPERAÇÃO DÉJÀ-VU

A Operação Déjà-vu recebeu esse nome em referência ao padrão de comportamento violento repetido pelo suspeito com diferentes mulheres.

A SSP informou que o objetivo é romper esse ciclo de agressões, dar voz às vítimas e esclarecer todos os fatos relacionados à morte de Míria.

COLABORAÇÃO DA POPULAÇÃO

A Polícia Civil continua as investigações e pede que qualquer informação sobre o caso seja repassada de forma anônima pelos canais oficiais, incluindo o WhatsApp: (63) 3464-1418.