Após 21 dias lutando pela vida morre mulher brutalmente espancada por ex-vice-prefeito
12 ABR 2025 • POR Da Redação • 08h38Um caso de violência contra a mulher e que chocou o Tocantins terminou da forma mais trágica possível. Morreu nesta sexta-feira (11), aos 50 anos a Assistente Social, Delvânia Campelo da Silva (50 anos) que estava internada há 21 dias no Hospital Geral de Palmas (HGP). Ela foi vítima de uma agressão brutal em uma chácara na zona rural de Caseara e o autor, Gilman Rodrigues da Silva (52 anos) agora deve responder pelo crime de feminicídio.
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NÃO RESISTIU
Delvânia lutava pela vida internada em uma UTI do HGP desde o dia 22 de março, mas não resistiu aos ferimentos e por volta das 14h40 dessa sexta foi confirmada sua morte encefálica. O falecimento de Delvânia foi confirmado por familiares.
SOLIDARIEDADE APÓS A MORTE
Dedicada às causas sociais e ao cuidado com o próximo, mesmo depois de sua morte Delvânia irá salvar outras vidas, pois os órgãos da assistente social devem ser doados.
A família autorizou o procedimento, que pode durar até 36 horas. As informações sobre o velório serão divulgadas após liberação do hospital.
Em um vídeo nas redes sociais, uma familiar anunciou o falecimento e agradeceu o apoio de todas as pessoas destacando a doação de órgãos: "Agora com a passagem dela para vida eterna ela ainda vai ficar fazendo o bem ao próximo deixando parte dela...para alguém que tenha a graça de ser receptor de um órgão da Delvânia"
O CRIME E PEDIDO DE SOCORRO
Delvânia foi atacada em uma chácara na zona rural de Caseara. Segundo a polícia, o autor do crime é o ex-vice-prefeito da cidade, Gilman Rodrigues da Silva e a motivação teria sido ciúmes e comportamento possessivo.
Conforme apurado nas investigações, o agressor utilizou o cabo de um rodo para ferir a vítima, principalmente na região da nuca.
Mesmo gravemente ferida, Delvânia conseguiu pedir socorro por áudio e enviar fotos das lesões em um grupo de WhatsApp.
Gilman que também participava do mesmo grupo, também enviou mensagens tentando minimizar o ocorrido e impedir que alguém a ajudasse.
ACUSADO FUGIU
Após o crime, Gilman fugiu e só se apresentou à polícia três dias depois, em Paraíso do Tocantins. Ele estava acompanhado de advogado e alegou legítima defesa — versão considerada contraditória pela polícia.
A Justiça decretou sua prisão preventiva diante da gravidade do caso, bem como o histórico de violência do acusado que agora segue detido na Unidade Penal de Paraíso à disposição do Poder Judiciário.
FEMINICÍDIO CONSUMADO
Com a confirmação da morte encefálica, o caso passou de tentativa para feminicídio consumado. A Polícia Civil confirmou a reclassificação do crime e segue com as investigações.
GOVERNADOR SE MANIFESTOU
Em nota, o governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa lamentou o falecimento de Delvânia ressaltando que desde quando tomou conhecimento do caso determinou todas as providências tanto para o atendimento da assistente social quanto a apuração do crime.
Leia a nota de pesar
Com imensa tristeza, recebi a notícia do falecimento de Delvânia Campelo da Silva, na noite desta sexta-feira, 11. Vítima de feminicídio, Delvânia parte precocemente aos 50 anos, deixando não apenas as lembranças da mulher forte que era, mas também a urgente necessidade de agirmos com ainda mais firmeza pela segurança das mulheres tocantinenses.
Desde o início deste caso brutal, determinei todas as providências, tanto por parte da equipe multidisciplinar que a atendeu no Hospital Geral de Palmas, como da Polícia Civil para a apuração do crime e punição do culpado por parte da Justiça.