DESCONTETAMENTO

Insatisfeito com o PPS, Halum afirma que fará parte da base da presidente Dilma

1 ABR 2011 • POR • 21h44

Tony Veras
Da Redação

 

Em Araguaína, na tarde desta sexta-feira, 1º, várias autoridades estiveram presentes na solenidade de lançamento das obras de construção da ponte do Setor Nova Araguaína e do asfaltamento da região. Entre os presentes estava o deputado, César Halum (PPS), que é um dos políticos representantes dos tocantinenses na Câmara Federal.

Em discurso no lançamento da pedra fundamental, o deputado que é filiado ao PPS que faz oposição ao governo Dilma Rousseff (PT), destacou pela primeira vez publicamente o seu desejo de deixar seu grupo e fazer parte da base aliada da presidente.

Discurso
Em sua fala, Halum afirmou já ter conversado recentemente com o senador, João Ribeiro (PR), e expôs a ele que a partir daquele momento estaria disposto a fazer parte do grupo governista. Hoje, o senador João Ribeiro que também estava presente na solenidade, no uso da palavra disse estar muito feliz pela decisão de César Halum e ressaltou que o deputado seria bem-vindo ao grupo.

Posicionamento
Em entrevista exclusiva ao Portal O Norte, o deputado explicou quais as justificativas que o levaram a tomar essa decisão. Inicialmente, César Halum, lembrou de sua experiência relacionada à mudança de partido que aconteceu em 2009, quando ele saiu do Democratas e filiou-se à sigla PPS em função da crise interna provocada pela divergência de posicionamentos entre os mandatários e os líderes do partido no Estado, quanto ao apoio do Governo Carlos Henrique Gaguim (PMDB). No entanto, em consequência de sua saída, teve que enfrentar um processo de cassação de mandato que apesar de vencer a causa na justiça não pretende passar pela mesma situação: “Nós temos uma legislação eleitoral no país que não permite a mudança de partido com facilidade e eu ganhei a causa, porque consegui provar que estava certo, mas não é um caminho que eu quero trilhar novamente”. O deputado completa ressaltando que tem procurado os meios legais para solucionar a questão.

Insatisfação
Halum esclarece que existem grandes motivações que o fazem acreditar que a melhor opção hoje para ele como parlamentar que representa o estado do Tocantins na Câmara dos Deputados é estar ao lado de Dilma Rousseff.

O parlamentar acredita que terá mais facilidade na liberação de recursos para o Estado estando do lado da base aliada. Ele esclarece ainda, que procurou João Ribeiro pra falar de seu propósito, tendo em vista a boa relação que o senador tem com a presidente e demonstra seu descontentamento pelo fato de seu partido, se posicionar votando contra o Governo nas principais matérias da Casa: “Eu não gostaria de proceder assim. Já procurei a direção do partido e pedi que me liberassem do meu voto, porque eu não tenho o direito de prejudicar o meu Estado. É uma ligação muito simples: não é por uma questão de oportunismo para liberar recursos, eu entendo que é preciso garantir a governabilidade. Então, vou juntar o meu desejo de ajudar na governabilidade com o meu desejo de liberar mais coisas para o Tocantins e vê-lo crescendo”, diz.

Decisão
O deputado federal ainda destaca que não justifica ser oposição de um governo que tem altos índices de aprovação popular: “O Governo tem trabalhado, a nossa economia é crescente, a classe trabalhadora está feliz, a classe média cresceu de uma forma gigantesca, portanto, é um bom Governo. Não justifica ser oposição” e acrescenta “Vou procurar facilitar as coisas e não tenho vergonha nenhuma de dizer isso. Não estou me vendendo a ninguém e não estou pedindo nada para mim em troca. Vou para ajudar o meu povo”.

Novo partido
Questionado sobre a possibilidade de ir para o novo partido (PSD – Partido Social Democrático) que está sendo fundado pelo prefeito de São Paulo, o ex-democrata, Gilberto Kassab, César Halum afirma que apesar de já ter recebido convites para ingressar no partido, tem analisado a questão “com muita calma e tranquilidade”, diz explicando que dos doze parlamentares que compõem o PPS na Câmara, cinco não querem ser oposição à Dilma, portanto, César Halum acredita que resolver a questão internamente ainda é sua primeira opção mas destaca que se não conseguir, tentará de outra forma: “Tem a reforma política que pode dar uma abertura para que isso aconteça. Então eu acho que nestes 30 dias as coisas se encaminham para que a gente possa tomar essa decisão”.

Finalizando a exclusiva, Halum afirma que independente de qualquer questão, a única coisa certa é que ele fará parte da base aliada de Dilma.