Presidente da CNA defende liberação de recursos do fundo Amazônia
15 JUL 2011 • POR • 19h36
A presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu, defendeu, nesta quinta-feira (14/7), a liberação de recursos do Fundo Amazônia, doados pela Noruega e pela Dinamarca e gerenciados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), para ações de preservação ambiental na região. Do total de cerca de US$ 200 milhões disponibilizados por esses dois países, nos últimos anos, pouco foi liberado até agora. Na avaliação da presidente da CNA, “é incompreensível que o BNDES possa ter recursos doados a fundo perdido e que esse dinheiro esteja correndo risco de ser devolvido por falta de projetos, de execução e de liberação”, afirmou. A promessa dos dois países é liberar um total de recursos que pode chegar a US$ 1 bilhão até 2015, desde que os recursos já liberados sejam aplicados em projetos voltados para a região.
Durante audiência pública na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, da Câmara dos Deputados, convocada pelo deputado Irajá Abreu (TO) para discutir a questão das queimadas no Tocantins, a senadora Kátia Abreu citou os benefícios da liberação desses recursos. “Seria um grande trabalho social e ambiental, dando sustentabilidade a essas propriedades, especialmente nos Estados da Amazônia, onde estão os principais focos das queimadas. Tocantins, Mato Grosso e sul do Pará são os pontos mais críticos da Amazônia em termos de queimadas”, afirmou a presidente da CNA, ao cobrar mobilização dos governadores e a atenção do Governo federal para que os recursos do Fundo Amazônia sejam aplicados.
Aos parlamentares e especialistas que discutiram o assunto na Câmara, a senadora Kátia Abreu lamentou que apenas 3.000 brigadistas tenham a responsabilidade de desenvolver ações de prevenção e combate a incêndios em todo o País. “Se considerarmos o território nacional de 850 milhões de hectares, fico com pena dos órgãos ambientais, do IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), porque é um trabalho gigante e só com uma mágica para tentar evitar o fogo”, completou.
Só no último dia 24 de junho, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) contabilizou 182 focos de incêndios em todo o País, sendo que, desse total, 52 foram registrados no Tocantins, de acordo com o deputado Irajá Abreu. Na audiência pública, o parlamentar reforçou a necessidade de combate aos focos de incêndio como forma de preservar a biodiversidade do País e, para isso, defendeu a adoção de medidas educativas. “Nós precisamos conscientizar tanto a zona urbana quanto a zona rural que esse é um mal que assola a todos”, afirmou, ao lembrar que as estimativas indicam que 50% dos focos de incêndios se originam às margens das rodovias. Para combater o problema, o professor Laércio Couto, presidente do Conselho de Administração do Centro Brasileiro para Conservação da Natureza e Desenvolvimento Sustentável (CBCN), defendeu a substituição da vegetação gramínea por leguminosas nas áreas de margens de estradas, uma das linhas de um projeto desenvolvido por ele, o “Via Verde”.
Também participaram da audiência, o presidente substituto do IBAMA, Fernando da Costa Marques; o diretor de preservação ambiental do IBAMA, Luciano Menezes Evaristo; o secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Estado do Tocantins, Divaldo Rezende; o major Peterson Queiroz de Ornelas, Comandante do 1º Batalhão de Bombeiros Militar; o presidente da Naturatins, Alexandre Tadeu; o assessor técnico da Comissão Nacional de Meio Ambiente da CNA, João Carli Filho; o coordenador do Centro de Gerenciamento de Desastres da Secretaria Nacional de Defesa Civil, Armin Augusto Braun; o diretor do ICMBio, Ricardo Soavinski; e o coordenador geral de proteção ambiental do ICMBio, Paulo Carneiro. (Da Assessoria de Comunicação CNA)