Cada vez mais evidente, poluição visual causa transtornos
26 JUL 2011 • POR • 08h41
Daniel Lélis/Daniel Werneck
Da Redação
O comércio e a divulgação de eventos são as maiores responsáveis pelo excesso de propaganda irregular, abusiva e ilegal em Araguaína. A grande quantidade de elementos destinados à comunicação visual, como cartazes publicitários, anúncios, placas, pichações, outdoors, entre outros, quase sempre extravagantes, amontoados e sem nenhum tipo de harmonia, modificam as características da cidade, gerando um sério desconforto visual para a população. As consequências dessa prática corriqueira de propaganda, contudo, vão muito além da poluição estética.
Consequências
Os impactos causados pela poluição visual em nosso município podem gerar, de acordo com os especialistas, diversas consequências desagradáveis para a população, dentre as quais: prejudicam a saúde dos moradores, tendo em vista que boa parte material usado pela propaganda é, na maioria das vezes, jogado nas ruas, indo parar frequentemente em bueiros, que entupidos, causam inundações; afetam a segurança e o bem estar da população, logo tiram a atenção do motorista no trânsito, gerando acidentes; criam condições adversas às atividades sociais e econômicas, pois interferem negativamente na imagem da empresa; afetam as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente, tornando a cidade “feia”.
Exemplo
Um grande exemplo de propaganda que atrapalha a vida das pessoas é o Painel de Led instalado na Avenida Cônego João Lima, nas proximidades da Farmácia Open Farma. O objeto tem sido alvo de muita reclamação dos motoristas que passam por lá. Marcelo Pereira e Silva (32) é um deles: “Esse painel acaba tirando a atenção dos motoristas; recentemente um rapaz quase batel na lateral do meu carro porque acabou perdendo a atenção graças á esse painel”, reclama ele.
Muitos pedestres também não aprovam a ideia do painel: “Um dia desses quase fui atropelada! Ainda quando o sinal estava vermelho, graças á esse painel, o motorista nem notou o sinal vermelho”, reclama Jaqueline Santos (23), estagiária, pedestre que diariamente faz travessia da avenida para chegar ao local de trabalho, “Isso é responsabilidade da Sec. de Transportes do Município”, ressaltou ela.
Sujeira
A quantidade de lixo que os chamados flyers de divulgação acabam gerando é outra face do problema. Nos dias de semana, a coisa ultrapassa os limites. Onde quer que se passa, é notória a excessiva quantidade de material de divulgação jogada nas vias públicas. Os carros estacionados na Av. Cônego João Lima e ruas próximas, por exemplo, em poucos minutos se transformam numa verdadeira “lata de lixo”, o que acontece, igualmente, com canteiros e rotatórias localizadas geralmente em ruas com grande movimento de pessoas.
“A panfletagem incomoda, são consultórios dentários, disk-gás, disk-lanche, pizzarias, lojas e etc. No fim do dia é uma pilha de papel considerável que vai para o lixo”, desabafa Ivoneide de Sá (41), moradora próxima á Av. Pref. João Sousa Lima.
“Panfletagem tem regulamentação? E educação? Sou obrigada a receber lixo dentro da minha casa todos os dias? Minha vontade é juntar os panfletos e ao final do dia entregar para o dono de cada uma destas empresas”, ressalta a moradora indignada.
Fiscalização
Segundo o Chefe de Fiscalização do Departamento de Postura do Município, João Lopes, já foi dado início ao processo de limpeza da cidade. Muitos comerciantes e empresários locais que fazem uso da propaganda irregular já foram notificados e tem o prazo de 15 dias para procurar o órgão e regulamentar as suas práticas de divulgação. Encerrado o prazo, aqueles que estiverem pendentes, conta, terão seus materiais de publicidade espalhado pela cidade removidos.
Lopes informou ainda que o Departamento já providenciou a retirada das faixas presentes em canteiros e rotatórias. Ainda de acordo com ele, todo material que estiver em desacordo com os parâmetros ditados pelos órgãos ambientais serão retirados.