Secretário descumpre promessa e ginásio vira reduto de marginais
19 SET 2011 • POR • 10h06
Dágila Sabóia/Any Savana
Da Redação
O que deveria ser um espaço de esporte e lazer para os moradores, continua abandonado e servindo de esconderijo para usuários de drogas. Esse é o retrato da quadra poliesportiva do Bairro Jk.
De acordo com os moradores, mesmo depois de denúncias e reclamações que se arrastam desde o mês de junho, a quadra que teve sua última reforma feita no ano de 2008, continua abandonada.
No mês de julho, o Portal O Norte foi ao local e constatou várias deficiências. Na época, procuramos o secretário estadual de Juventude e Esportes (Sejuves), Olyntho Neto, que através da assessoria de comunicação informou que os problemas apontados na matéria seriam solucionados o mais rápido possível.
Solução parcial
De volta ao ginásio nesta semana, o retrato do abandono ainda é evidente, mas com uma diferença, hoje há um administrador do espaço. Tentamos falar com o contratado da Sejuves, Paulo Resplandes, mas ele preferiu não gravar entrevista.
Procuramos então, o presidente do Bairro JK, Leonardo Lima, que em conversa com nossa equipe, explicou que após as denúncias da população, a Sejuves contratou Paulo Resplandes, formado em Educação Física, porém segundo ele, o administrador que está dedicando seu trabalho integralmente à quadra, até hoje não teria recebido salário da Secretaria e também não teve nenhum contrato assinado com a pasta. “Depois que a imprensa pressionou, o educador físico foi contratado, mas foi só de boca e ele até hoje não recebeu”, disse Lima.
Segurança
Os moradores que vivem próximos ao ginásio também reclamam da falta de segurança no local. “Não deixo meus filhos brincarem na quadra, aqui antes servia para esportes mais hoje é só bandidagem, prostituição e drogas e eu não quero meus filhos misturados com o que não presta”, disse preocupado, o mecânico de 38 anos, Admilson Santana, que tem filhos de idades entre 12 e 16 anos e tomou essa iniciativa após um grave episódio. Revoltado, Admilson afirma que recentemente um de seus filhos encontrou um papelote de cocaína dentro do banheiro do ginásio. Para o mecânico, é um absurdo que as autoridades competentes não tomem providências quanto ao caso.
Guarda noturno
Para amenizar a falta de segurança no lugar, uma das soluções seria a contratação de um vigia, “a Secretaria garantiu que faria isso, mas até hoje não cumpriu com o compromisso assumido”, lembra Leonardo Lima.
Conversamos com o senhor José Alberto, 55 anos, ex-guarda do ginásio que teve seu nome incluído na lista de demissão em massa dos contratados do Estado no início do ano. Desempregado, o senhor Alberto lamenta a situação em que se encontra o lugar atualmente: “Quando eu trabalhava aqui tudo estava muito bem organizadinho mas agora, virou essa bagunça”, diz o ex-guarda que trabalhou 16 anos como vigia no ginásio sendo que destes, cinco anos ele passava a noite dentro da quadra. “Fui por muitas vezes ameaçado de morte aqui, mas nunca baixei a cabeça pra essa bandidagem, no meu tempo eles não se atreviam a entrar aqui não, mas é triste ver como a quadra está agora” lamenta senhor Alberto.
Vandalismo
Um dos espaços mais precários do lugar é a sala de administração onde o vigia costumava passar a noite. No local, eram armazenados equipamentos de esportes como redes de vôlei, bolas e até mesmo uniformes para as crianças e adolescentes praticarem exercícios, segundo o ex-vigia tudo foi saqueado, o que restou foi um espaço sujo e vazio.
O secretário
Finalizando a entrevista, o presidente do Bairro JK ressaltou que há 15 dias o secretário Olyntho Neto esteve no lugar e havia garantido que na semana seguinte tomaria providências para solucionar os problemas apontados. Até agora, duas semanas depois, nada foi feito.