NOTA DE REPÚDIO

Oficiais acusam delegado de desrespeito e defendem Comandante da PM

30 MAR 2019 • POR • 11h40
Tenente-coronel Francinaldo Machado Bó. - Reprodução

Oficiais da Polícia Militar assinaram uma nota de repúdio em apoio ao Comandante de Policiamento da Capital, o tenente-coronel Francinaldo Machado Bó, na polêmica discussão que aconteceu na Delegacia de Homicídios de Palmas durante o depoimento do soldado Silvestre Vieira de Farias Filho, preso suspeito de atropelar e matar o adolescente Leandro Rocha da Cunha, no último dia 20 deste mês, na capital. 

A nota inicia lamentando a morte do adolescente e considera como "insano e leviano qualquer presunção de que os Policiais Militares do Tocantins saem por aí com objetivo de atropelar e matar pessoas".

Em relação ao episódio de discussão ocorrido na delegacia dias depois do atropelamento, a nota garante que o comandante não invadiu a delegacia, ele apenas acompanhava o soldado no momento em que ele seria interrogado. "Em casos como estes, a legislação em vigor assegura ao comandante que possa acompanhar o seu subordinado", argumenta. 

Ainda na nota, os oficiais acusaram o delegado responsável pelo caso de desrespeitar o comandante no momento em que ele chegou na delegacia quem segundo relato do documento, "em tom agressivo bradava “aqui o senhor não manda não”".

A nota assinada por 12 oficiais de alta patente finaliza repudiando o que classificou como "quaisquer narrativas que destilam inverdades sobre os fatos ou que tenham interesses escusos de denegrir a pessoa do profissional tenente-coronel Bó".


Entenda o Caso

Suspeito de atropelar e matar o adolescente Leandro Rocha da Cunha no último dia 20 na capital, o PM Silvestre Vieira de Farias Filho que conduzia a viatura no momento do acidente foi preso pela Polícia Civil na quarta-feira (27) em cumprimento a um mandado de prisão temporária por suspeita de homicídio qualificado.

Segundo familiares, o jovem foi atropelado quando seguia de bicicleta com destino à casa de sua namorada. Com o impacto, o corpo do garoto foi para numa lixeira. 

Na versão da Polícia Militar, uma equipe do 6º Batalhão fazia patrulhamento de rotina na região do Jardim Aureny IV quando percebeu uma pessoa em atitude suspeita e tentaram fazer a abordagem. 

Confira a nota na íntegra

“Quanto aos fatos que veiculam na imprensa relatando que na data de 27/03/2019 a sala de depoimentos da Delegacia de Homicídios de Palmas foi “invadida” pelo Tenente-coronel Francinaldo Machado Bó durante o depoimento do Soldado Silvestre, esclarecemos o seguinte:

Primeiramente é necessário frisar que lamentamos profundamente a morte do menor ocorrida durante um acidente de trânsito com uma viatura da Polícia Militar. Consideramos insano e leviano qualquer presunção de que os Policiais Militares do Tocantins saem por aí com objetivo de atropelar e matar pessoas.

Em segundo lugar, esclarecemos que não houve “invasão” de Delegacia, pois o Tenente-coronel Bó, cumprindo dever funcional de comandante do Soldado Silvestre, foi acompanhá-lo durante o momento de seu interrogatório o qual tratava dos fatos envolvendo o referido policial militar em serviço, ocorrido na noite de 20 de março no Jardim Aureny IV, em Palmas.

Em casos como estes, a legislação em vigor assegura ao comandante que possa acompanhar o seu subordinado enquanto é tomado o seu termo de interrogatório. No caso de prisão, esta mesma legislação prevê que o policial ficará sob a custódia da Polícia Militar, após encerrada a sua oitiva.

É importante ressaltar que ao chegar à delegacia, o tenente-coronel Bó foi recebido de forma desrespeitosa pelo delegado que atua no caso, pois questionou que, se ele não fosse o corregedor poderia ir embora, inclusive em tom agressivo bradava “aqui o senhor não manda não”.

Diante disso, o Tenente-coronel Bó argumentou que era o comandante do Soldado Silvestre e que teria o dever funcional de estar acompanhando o seu subordinado.

Curioso é que o delegado responsável pelo caso, a pretexto de cumprir a lei, descumpre-a deliberadamente ao constranger e causar tumulto pelo simples fato de o tenente-coronel Bó exercer o seu dever funcional ante o seu subordinado.

Do exposto, repudiamos quaisquer narrativas que destilam inverdades sobre os fatos ou que tenham interesses escusos de denegrir a pessoa do profissional tenente-coronel Bó.

Por fim, apoiamos e solidarizamos com o tenente-coronel Bó, oficial da mais alta estirpe da PM Tocantinense e que exerce a sua profissão há 21 anos.

Policial militar honrado e compromissado ocupa atualmente uma das mais nobres funções da PMTO, o Comando do Policiamento da Capital – CPC, o qual abrange a capital Palmas, Porto Nacional, Paraíso, Miracema além de outros municípios circunvizinhos".

Palmas-TO, 29 de março de 2019.

Assinam a nota:

Patrícia Murussi Leite – Tenente-coronel QOPM

Carlos Eduardo de Souza Farias – Tenente-coronel QOBM

Peterson Queiroz de Ornelas – Tenente-coronel QOBM

Dosautomista Honorato de Melo – Tenente-coronel QOPM

João Márcio Costa Miranda – Tenente-coronel QOPM

Márcio Antônio Barbosa – Tenente-coronel QOPM

Sólis Araujo Souza – Tenente-coronel QOPM

Cláudio Thomaz Coelho de Souza – Tenente-coronel QOPM

Alon Nery Amaral – Tenente-coronel QOPM

Wander Araujo Vieira – Tenente-coronel QOPM

Jerry Adriane de Araujo Godinho – Tenente-coronel QOPM

Sherlock Luis de Mesquita – Tenente-coronel QOPM