Mais da metade dos tocantinenses de 25 anos ou mais não concluíram o Ensino Médio
16 JUL 2020 • POR • 08h14O módulo de Educação da Pesquisa Anual por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) revela que em 2019 mais da metade da população de 25 anos ou mais do Tocantins (55,8% ou 532 mil) não completaram a educação escolar básica, ou seja, não concluíram no mínimo o ensino médio. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou esse e outros resultados nessa quarta-feira, 15.
De acordo com a pesquisa, a proporção da população tocantinense com, pelo menos, o ensino médio completo, na faixa etária de 25 anos ou mais, foi de 29,3% (249 mil) e se manteve estável entre 2016 e 2019. O aumento em destaque foi no percentual de adultos com o ensino superior completo, que passou de 12,2%, em 2016, para 14,9% (142 mil), o que representa mais 37 mil graduados até o ano passado.
Com relação à cor ou raça, 30,2% dos brancos com 25 anos ou mais haviam completado, no mínimo, o ciclo básico, já entre os pretos ou pardos esse percentual foi de 29%. Entre as mulheres, 31% tinham alcançado, ao menos, o ensino médio completo e entre os homens, 27,5%.
Entre 2016 e 2019, o número médio de anos de estudos dos tocantinenses de 15 anos ou mais aumentou, passando de 8,6 para 9. Na faixa etária de 25 anos ou mais, a média de anos de estudos avançou de 8,1 para 8,6.
Taxa de escolarização
No Tocantins, no ano passado, 455 mil pessoas frequentavam alguma rede de ensino particular ou pública. A PNAD Contínua mostra que a taxa de escolarização total, que mede a proporção de pessoas na escola em relação ao total na faixa de idade, caiu entre 2016 e 2019, passando de 32,1% para 29,2%. Frente a 2018, o índice ficou estável.
Considerando a faixa etária de 15 a 17 anos, a pesquisa mostra que houve avanço na taxa de escolarização, saindo de 84,7% em 2016, para 90,6% em 2019. Por outro lado, no grupo de pessoas com 25 anos ou mais houve queda (de 4,7%, para 3,6%).
A taxa de escolarização das crianças de 0 a 5 anos chegou a 51,3%. Entre as crianças de 4 e 5 anos, faixa correspondente à pré-escola, a taxa foi de 92,8% em 2019, totalizando 45 mil crianças.
Já na faixa de idade de 6 a 14 anos, a universalização, desde 2016, já estava praticamente alcançada. Em 2019, o resultado foi de 99,4% de pessoas desse grupo na escola. Entre os jovens de 18 a 24 anos, o percentual foi de 32,1%, desde 2016 essa taxa se mantém estável.
Analfabetismo
Em 2019, havia no Tocantins 117 mil pessoas com 15 anos ou mais que não sabiam ler e escrever, o equivalente a uma taxa de analfabetismo de 9,7%. Em relação a 2018, essa taxa ficou estável. Entre pessoas brancas, 7,2% eram analfabetas, enquanto para as de cor preta ou parda a taxa chegou a 10,3%.
A pesquisa aponta que conforme aumenta a faixa etária, cresce também a proporção de analfabetos. Entre as pessoas de 18 anos ou mais, a taxa ficou em 10,4%. Na população tocantinense acima de 25 anos ela resultou em 12% e de 40 anos ou mais, 17,3%.
O analfabetismo concentrava-se, porém, no grupo acima de 60 anos, atingindo 32,4%, o equivalente a 71 mil idosos que não sabiam ler e escrever. Em relação a 2016, porém, houve queda, na média geral (39,3%) e em quase todas as variáveis (idosos pretos ou pardos, homens e mulheres). O índice só se manteve estável (25%), entre a população da terceira idade branca.
Série adequada
A PNAD Contínua revela ainda, pela taxa de frequência escolar líquida se a criança ou o jovem estão na série adequada. Na segunda etapa do nível fundamental (6º ao 9º ano), idealmente estabelecida para o grupo de 11 a 14 anos de idade, a taxa de frequência no Tocantins foi de 97,1%, ou seja, quase todas as crianças estavam na etapa correta de ensino.
Para os jovens de 15 a 17 anos, a taxa de frequência líquida era de 69,8%, em 2019. Pela meta do Plano Nacional da Educação (PNE), até 2024, 85% das pessoas com essa faixa etária devem estar no ensino médio. Já entre os jovens de 18 a 24 anos, apenas 22,2% cursavam a educação superior ou estavam formados.
Comparações regionais
Apesar dos avanços educacionais, os dados da pesquisa mostram as desigualdades regionais. A taxa de analfabetismo das pessoas de 15 anos ou mais no Brasil ficou em 6,6% em 2019, o que corresponde a 11 milhões de pessoas. Mais da metade dos analfabetos (56,2% ou 6,2 milhões) viviam na região Nordeste e 21,7% (2,4 milhões de pessoas) viviam no Sudeste.
No país 51,2%, ou 69,5 milhões, da população de 25 anos ou mais não concluíram a educação básica. Nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, mais da metade das pessoas nessa faixa etária tinha o ensino médio completo. Por outro lado, no Nordeste 60,1% e no Norte 54,5% dos adultos não tinham completado essa etapa educacional.
Entre os estados, Alagoas tem a maior taxa de analfabetismo (17,1%) e Rio de Janeiro a menor proporção (2,1%). Já o Tocantins figurou em 11º no ranking. Em relação as pessoas de mais de 25 anos que não concluíram a educação básica, Piauí tem o maior percentual (65,3%), Distrito federal o menor (32,6%) e Tocantins o 14º. Apenas em seis Unidades da Federação (Amazonas, Amapá, São Paulo, Rio de Janeiro, Roraima e Distrito Federal), mais da metade da população nessa faixa tinha o ensino médio completo.