Ex-prefeito põe fim à greve de fome após ser recebido por Superintendente da CGU
27 JUL 2020 • POR Redação • 13h14O protesto do ex-prefeito Carlos Amastha em frente à Superintendência Regional da Controladoria Geral da União (CGU) na capital do Tocantins não durou nem meio dia.
O ex-gestor foi para o órgão nesta madrugada e em vídeo postado nas redes sociais explicou que o motivo do protesto se dá em razão das investigações da "Operação Carta Marcada", deflagrada pela Polícia Federal no último dia 21. Segundo Amastha, o manifesto tinha como objetivo chamar a atenção do superintendente da CGU no Tocantins, Leandro da Cruz Alves, para que ele o recebesse para tratar sobre o seu envolvimento nas investigações.
Amastha explica que decidiu realizar o protesto depois de o Superintendente da CGU não ter respondido o seu pedido de explicações referente ao seu suposto envolvimento no esquema criminoso que teria desviado cerca de R$ 15 milhões de reais da prefeitura de Palmas em contratos de aluguel de carros durante sua gestão em 2014.
"...Exijo restituir minha honra!", cobrou o ex-prefeito afirmando que permaneceria no local acorrentado, apenas à base de água, até que fosse atendido no Órgão. Ele cobrou ainda a apresentação de provas em coletiva à imprensa. “Não vou sair daqui até esclarecer que meu objetivo é limpar a minha honra e do povo de Palmas”. Afirmou.
Ainda nesta manhã, algumas horas depois de iniciar ato, Carlos Amastha foi recebido por Leandro da Cruz, momento em que o ex-gestor entregou ao superintendente, documentos que ele considera como provas de sua inocência e garantiu que tudo ficará esclarecido, assim como na "Operação Nosotros", da qual ele também era investigado e teve o inquérito contra ele arquivado.
De acordo com o Superintendente, a CGU está aberta a qualquer pessoa, inclusive Amastha e garantiu que dará encaminhamento ao documento protocolado por ele.
Entenda
Na última sexta-feira, 24, Amastha havia deixado um pedido por escrito afixado na entrada do prédio da CGU, porque o órgão estava fechado. No documento, ele exigia explicações do superintendente Leandro da Cruz Alves sobre o seu envolvimento na referida operação.
“Estou exigindo que o superintendente tenha dignidade de reconhecer que causou um prejuízo enorme à sociedade e que mostre para a imprensa se isso tem veracidade ou não”, afirmou na oportunidade.
Amastha lembrou que quando a Polícia Federal fez busca e apreensão em sua residência no dia 21 passado, não lhe foi dado o direito de se defender. Ele disse que se sentiu violentado naquela ação e que sua honra e a de outras pessoas citadas na operação foram feridas naquele momento.
O ex-prefeito chegou a admitir que abandonaria a vida pública, caso o superintendente mostrasse uma prova sequer que o colocasse como suspeito de ter feito qualquer coisa errada.
No ofício protocolado na CGU, Amastha expressou inconformidade ao relatório do órgão, o que segundo ele, levou as autoridades ao “erro”, informando que houvesse pagamento a maior no contrato de locação de veículos.
Operação Nosotros
Em 2016, poucos dias antes das eleições, o ex-prefeito afirma que sofreu um processo parecido e que agora não vai novamente passar pela mesma situação ao se referir à ‘Operação Nosotros’, que investigava uma suposta fraude envolvendo o processo de licitação do BRT-Palmas no valor aproximado R$ 260 milhões, com possível repasse de informações privilegiadas para empresas que participaram da concorrência.
Amastha teve que esperar quatro anos para que o Ministério Público Federal reconhecesse que ele não havia praticado irregularidades, arquivando o processo.
*Com informações do T1 Notícias