Um a cada quatro moradores de Araguaína que morreram devido a covid-19 não tinha nenhuma comorbidade, aponta o Boletim Epidemiológico do último dia 20. A porcentagem exata é de 26,6% e representa 21 dos 79 óbitos registrados até a data. A proporção de óbitos também é a mesma para o grupo abaixo dos 60 anos, em que não são considerados idosos.
De acordo com o médico Vinícius Menezes, que é gestor de assistência e qualidade do Instituto Saúde e Cidadania (Isac), os cuidados devem ser constantes por todos. “A covid-19 é uma doença nova e temos alguns fatores de risco que aumentam a chance de evolução ruim, entretanto, todas as pessoas são suscetíveis a evoluir com gravidade e morte, independente de idade ou doenças crônicas”, alertou.
Dentre as pessoas que morreram, além do grupo sem comorbidade, outros três grupos se destacam: pacientes com hipertensão (12,7%), doença cardíaca (11,4%) e hipertensão mais diabetes (10,1%).
Falsa segurança
Na pirâmide etária dos 5.688 casos confirmados para covid-19 até a data do boletim, 70% se concentram entre os 20 e 49 anos, principalmente na casa dos 30. A coordenadora da Vigilância Epidemiológica, Regina Gomes, alerta que muitos casos que têm manifestação leve, com sintomas por 3 a 5 dias, acabam por conta própria descartando a doença antes do resultado do exame.
“Tem muitos casos que manifestam leve, não acham que é covid-19 e acabam não cumprindo o isolamento correto. Ficam em casa, mas acham que podem ter a mesma convivência e quando ligamos para fazer o acompanhamento relatam que outras pessoas da casa já sentem sintomas”, citou a coordenadora.
Ela também alerta que essa transmissão dentro da família é perigosa, porque pode atingir o grupo de pessoas com comorbidade e idosos. “Tem idoso que pensa que só vai morrer se for realmente a hora, mas tem muitos que se cuidam. Alguns idosos relatam à equipe de monitoramento que devemos é pegar no pé dos jovens, que adoecem e levam a doença para dentro de casa”, destacou.
Precauções
Para evitar o aumento da disseminação do novo coronavírus, é necessário seguir as recomendações dos órgãos de Saúde, como lavar as mãos frequentemente com água e sabão, ou higienizá-las com álcool em gel; usar máscara em locais públicos; manter distância mínima de 2 metros das outras pessoas; não tocar nos olhos, nariz ou boca; se tossir ou espirrar, cobrir a boca com lenço descartável ou com a parte interna do cotovelo.
Em caso de contaminação, a pessoa deve ficar em isolamento dentro de um quarto na residência e, se possível, ter banheiro exclusivo para uso. É ideal também que a pessoa em isolamento domiciliar tenha uma lixeira exclusiva para seus resíduos, que deve ficar no cômodo reservado somente para ela.
Todos os resíduos como máscaras descartáveis, lenços de papel e outros materiais usados na higiene pessoal devem ser acondicionados em sacos plásticos resistentes, que só devem ser preenchidos até dois terços de sua capacidade total, isso facilitará a amarração com nó duplo, evitando uma abertura acidental.