Uma investigação revelou que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) conduziu um ataque hacker contra órgãos oficiais do Paraguai. O objetivo era obter informações sigilosas para favorecer o Brasil na renegociação das tarifas da usina hidrelétrica de Itaipu.
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A operação começou no governo de Jair Bolsonaro e foi concluída em maio de 2024, sob a gestão de Luiz Inácio Lula da Silva. Utilizando o software Cobalt Strike, agentes da Abin invadiram sistemas do Congresso, Senado e até da Presidência paraguaia para acessar dados sensíveis.
Para evitar rastreamento, a ação foi realizada por meio de servidores em países como Chile e Panamá, demonstrando um alto nível de sofisticação operacional.
IMPACTO NAS NEGOCIAÇÕES DE ITAIPU
Itaipu é estratégica para Brasil e Paraguai, que dividem sua produção de energia. Em maio de 2024, uma nova tarifa foi negociada entre US$ 10 e US$ 12 para 2027. A espionagem pode ter influenciado o resultado, mas não há evidências de que o Paraguai soubesse da invasão durante as tratativas.
COMO O CASO FOI DESCOBERTO?
A Polícia Federal iniciou as investigações para apurar suspeitas contra Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin. Durante as diligências, surgiram indícios de que a operação hacker foi autorizada também pelo atual diretor, Luiz Fernando Corrêa, nomeado por Lula.
Agentes relataram que a ação foi comemorada internamente como um marco na inteligência brasileira. No entanto, o caso gerou tensão entre a Polícia Federal e a Abin, além de questionamentos sobre a legalidade e a ética da operação.
CONSEQUÊNCIAS PARA O BRASIL
O escândalo pode comprometer a credibilidade da Abin e afetar as relações diplomáticas entre Brasil e Paraguai. Especialistas destacam que a transparência nas investigações será essencial para evitar uma crise maior.