O Ministério Público Federal (MPF) apresentou denúncia contra 13 ex-executivos do Grupo Americanas por suposta participação em um esquema de fraudes contábeis que causou prejuízos de cerca de R$ 25 bilhões. O caso, que levou a empresa a pedir recuperação judicial em 2023, está sendo processado na Justiça Federal do Rio de Janeiro.
Participe do grupo do O Norte no WhatsApp e receba as notícias no celular.
LÍDERES DO ESQUEMA E ACUSADOS
A denúncia aponta o ex-CEO Miguel Gutierrez como principal responsável pela suposta organização criminosa que atuou entre 2016 e 2022. Entre os outros denunciados estão Anna Saicali (ex-CEO da B2W), vice-presidentes Timotheo Barros e Marcio Cruz, além de nove ex-diretores e executivos. Gutierrez, que comandou a empresa por 20 anos, teria usado sua influência para coordenar as fraudes.
MECANISMOS DA FRAUDE
Segundo o MPF, os acusados maquiaram balanços para inflar artificialmente o valor das ações da Americanas, B2W e Lojas Americanas na bolsa. A fraude envolvia o lançamento indevido de operações de crédito como faturamento. Investigação da Polí Federal identificou trocas de mensagens entre executivos discutindo como burlar auditorias.
ESCÂNDALO E CONSEQUÊNCIAS
O rombo veio à tona em janeiro de 2023, levando à queda do então CEO Sergio Rial e à desvalorização de mais de R$ 70bilhões nos ativos da empresa. A Americanas entrou com recuperação judicial, reconhecendo dívidas superiores a R$ 50 bilhões. O plano aprovado prevê injeção de R$ 24 bilhões - metade dos acionistas de referência e metade dos bancos credores.
SITUAÇÃO ATUAL DOS ACUSADOS
Gutierrez, que se mudou para a Espanha antes da crise explodir, foi brevemente detido no país mas está em liberdade com medidas cautelares. Três executivos já firmaram acordos de colaboração premiada com o MPF, fornecendo detalhes sobre o esquema. O MPF baseou a denúncia em e-mails, mensagens e documentos contábeis que mostrariam discrepâncias entre os números reais e os divulgados.