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CONSELHO FEDERAL

Nova regra permite que farmacêuticos prescrevam remédios sem receita médica

22 março 2025 - 09h32Por Da Redação

Conselho Federal de Farmácia (CFF) publicou uma resolução que autoriza farmacêuticos a prescrever medicamentos, incluindo aqueles que exigem receita médica. A norma, publicada no Diário Oficial na segunda-feira (17), entra em vigor em abril de 2025.

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QUEM PODE PRESCREVER?

A prescrição de medicamentos controlados será permitida apenas para farmacêuticos com Registro de Qualificação de Especialista (RQE) em Farmácia Clínica. O RQE foi criado pelo CFF em 2024 e exige cursos de qualificação em áreas específicas.

REAÇÃO DE ENTIDADES MÉDICAS

A medida gerou críticas de associações médicas, que questionam a capacitação dos farmacêuticos para prescrever medicamentos. O Conselho Federal de Medicina (CFM) classificou a resolução como "ilegal" e afirmou que ela coloca em risco a saúde da população.

O QUE DIZ A RESOLUÇÃO?

A resolução CFF Nº 5/2025 permite que farmacêuticos:

  • Prescrevam medicamentos, incluindo os de venda sob prescrição;

  • Renovem prescrições emitidas por outros profissionais de saúde;

  • Realizem exames físicos e solicitem exames para avaliar a efetividade do tratamento.

BASE LEGAL

O CFF justifica a medida com base na Lei nº 13.021/2014, que define como competência do farmacêutico "estabelecer o perfil farmacoterapêutico" do paciente. No entanto, especialistas em Bioética e Direito da Saúde argumentam que a prescrição de medicamentos não está prevista na legislação.

DISPUTA JUDICIAL

Esta não é a primeira vez que o CFF tenta autorizar farmacêuticos a prescrever medicamentos. Em 2023, uma resolução semelhante foi derrubada pela Justiça Federal. A nova norma pode enfrentar o mesmo destino, já que entidades médicas já anunciaram que vão recorrer à Justiça.

IMPACTOS NO MERCADO

A medida faz parte de uma disputa por espaço no mercado de saúde, semelhante à que ocorre no setor de estética. Para especialistas, a resolução tenta atender a uma demanda de mercado, mas carece de base legal e pode colocar a segurança do paciente em risco.