O preço do ovo de galinha subiu 15,4% em fevereiro, tornando-se um dos principais responsáveis pela inflação no setor de alimentação. A alta foi influenciada por fatores como aumento da demanda, questões climáticas e custos elevados de insumos, como milho e farelo de soja.
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FATORES QUE IMPULSIONARAM A ALTA
A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) explica que a elevação é comum no início do ano, especialmente durante a Quaresma, quando o consumo de ovos aumenta. Além disso, o calor extremo reduziu a produtividade das galinhas poedeiras em até 10%.
Outro fator é o aumento no preço do milho, que subiu mais de 40% desde março de 2023. A ABPA também destacou perdas de matrizes mais velhas, cuja reposição leva tempo, impactando a oferta.
IMPACTO NO BOLSO DO CONSUMIDOR
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do grupo alimentação e bebidas ficou em 0,79% em fevereiro, impulsionado principalmente pela alta dos ovos. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentou sobre o tema, questionando os motivos do aumento e culpando os “atravessadores” pelos preços elevados.
PREÇOS NO ATACADO TAMBÉM SUBIRAM
Segundo o Cepea/Esalq-USP, o preço do ovo branco tipo extra no atacado subiu 42% em fevereiro, chegando a R$ 201,77 por caixa de 30 dúzias em Bastos (SP). Em março, os valores continuaram altos, com média de R$ 210,19 por caixa.
EXPORTAÇÕES CRESCEM, MAS NÃO IMPACTAM PREÇOS INTERNOS
O Brasil é o quinto maior produtor mundial de ovos, com previsão de 59 bilhões de unidades em 2025. As exportações aumentaram 57,5% em fevereiro, mas a ABPA ressalta que apenas 0,9% da produção é exportada, o que não afeta os preços internos.
O QUE ESPERAR PARA OS PRÓXIMOS MESES?
A pesquisadora Claudia Scarpelin, do Cepea, explica que os preços devem se estabilizar após a Quaresma, mas isso dependerá da relação entre oferta e demanda. Se a produção se recuperar, os valores podem cair.