A caderneta de poupança registrou saque líquido de R$ 12,6 bilhões em julho, mostraram dados do Banco Central publicados nesta quinta-feira (4). O valor representa a maior retirada para meses de julho da série histórica, iniciada em 1995.
Desse total, os saques superaram os depósitos no SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo) no valor de R$ 11,6 bilhões. Já na poupança rural, as saídas foram de R$ 1,05 bilhão. Em junho, o saque líquido havia sido de R$ 3,7 bilhões.
Com a alta da taxa básica de juros, a Selic, que a partir desta quarta-feira (3) passou para 13,75% ao ano, a poupança deixou de ser atrativa e vem perdendo recursos. Somente nos primeiros sete meses deste ano, houve saque líquido acumulado de R$ 63,1 bilhões.
Desde março de 2021, quando os juros começaram a subir, o fluxo de recursos na poupança apresentou uma reversão de sentido, passando a acumular retiradas significativas.
Antes, em 2020, havia sido registrada uma captação recorde de mais de R$ 166 bilhões, impulsionada pelo pagamento do auxílio emergencial e pelo baixo nível da taxa básica de juros, o que aumentou a competitividade da poupança diante de outros investimentos.
Mesmo com a perda da rentabilidade, a caderneta de poupança ainda é o produto mais usado no país por quem quer economizar, independentemente da classe social. Isso acontece porque o rendimento da poupança (TR + 6,17% ao ano), além de ser garantido por lei, não sofre nenhuma tributação.
Segundo pesquisa Raio-X do Investidor Brasileiro, realizada pela Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) em parceria com o Datafolha, das 5.878 pessoas que foram entrevistadas entre os dias 9 e 30 de novembro de 2021, 23% afirmaram ter depositado suas economias na poupança naquele ano.