As poucas e boas notícias param por aí. Na realidade, há pouquíssimas pesquisas científicas sobre os efeitos do noni no organismo, o que o torna uma incógnita para a medicina ocidental. Não há estudo que prove que o fruto promova a perda de peso, por exemplo, que é um dos benefícios alegados.
"Os estudos são inconclusivos. Não conhecemos muito bem a composição dele e ainda há indícios de que ele causa toxicidade no corpo", explica a presidente da Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição (SBAN), Olga Amancio.
Possíveis danos ao fígado e aos rins, aliás, são apontados em algumas pesquisas. No Congresso Brasileiro de Toxicologia feito em 2007, por exemplo, pesquisadores apresentaram um trabalho no qual analisaram os efeitos do extrato aquoso do noni em ratas grávidas. Os autores concluíram que o consumo pode provocar efeitos adversos na gestação desses animais.
Outro estudo reuniu 96 voluntários, que beberam o suco de noni durante dois meses. Três pessoas desistiram da pesquisa e uma precisou ser retirada por ter um nível elevado de ALT e AST, uma enzima produzida pelo corpo quando há danos no fígado.
Essas e outras pesquisas que registraram efeitos tóxicos do noni no organismo são usadas como um dos argumentos para que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proíba, desde 2007, o plantio e a comercialização do fruto no Brasil. Um dos estudos sugere que a explicação seria a presença de antraquinonas na raiz da planta, substâncias que, no noni, têm ação antibacteriana, fúngica e viral, mas que são metabolizados no fígado e, ingerido em excesso, podem causar danos hepáticos.