O Governo Federal iniciou, no Rio de Janeiro, a implantação do primeiro núcleo de atendimento do Programa Semear, que busca democratizar o acesso ao esporte e criar ambientes para iniciação no paradesporto. A meta é mudar a realidade atual, em que mais de 75% dos municípios brasileiros não oferecem nenhum programa voltado exclusivamente à atividade esportiva para pessoas com deficiência, segundo o Instituto de Pesquisa Inteligência Esportiva da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
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Por meio de uma parceria firmada entre o Ministério do Esporte e o Instituto Benjamin Constant (IBC), o Rio de Janeiro será o primeiro estado do país a receber o programa. Com um investimento anual de R$ 220 mil, repassado por meio de um termo de fomento, o projeto atenderá aproximadamente 60 crianças e jovens, de seis a 18 anos incompletos. Os alunos terão acesso gratuito a profissionais especializados, uniformes, além de materiais e equipamentos esportivos e pedagógicos voltados para as modalidades de goalball, natação e judô. A parceria tem vigência de 12 meses.
A prática esportiva e as atividades físicas do Semear serão utilizadas como instrumentos de aprendizagem, ajudando a identificar talentos no paradesporto, fomentando a prática esportiva em diferentes níveis e apoiando o desenvolvimento integral da pessoa com deficiência. "Acredito que, em breve, chegaremos a todas as capitais brasileiras com todos os nossos programas do paradesporto. Isso faz parte da nossa política de incentivo. O que vai mudar a vida das pessoas são ações, e estamos agindo", ressaltou o ministro do Esporte, André Fufuca.
PARTICIPAÇÃO FEMININA — Na medida do possível, 50% das vagas do programa serão destinadas a meninas e mulheres, como forma de aumentar a participação feminina no paradesporto. "A mulher com deficiência sofre, além das violências a que todas as mulheres estão suscetíveis, com a vulnerabilidade arquitetônica e o capacitismo, o que a torna ainda mais vulnerável", afirmou Fábio Araújo, secretário nacional do Paradesporto.
IBC — O local selecionado para o início das atividades do programa, o IBC, inclui pessoas com deficiência visual e múltipla no esporte há mais de 170 anos. Localizada no bairro da Urca, na capital fluminense, a tradicional instituição é referência nacional na educação e capacitação profissional de pessoas cegas, com baixa visão e surdocegas. A formação integral inclui atividades complementares, como atendimento psicológico, orientação educacional e treinamento em orientação e mobilidade, além de disciplinas adicionais, como música, teatro e esporte.
As instalações do IBC permitem a prática de natação, atletismo, futebol, goalball e judô. Com os recursos do programa Semear, o coordenador de paradesporto do IBC e auxiliar técnico da Seleção Brasileira Paralímpica de Goalball, Fábio Brandolin, pretende oferecer mais oportunidades para pessoas com deficiência, adquirir mais materiais e contar com outros profissionais especializados para atender essa população de maneira ainda mais eficaz.