Uma pequena parcela de hipertensos (pequena, porém considerável) consegue dominar a doença apenas com ajustes no cardápio, exercícios físicos e controle do estresse. Para tomar a decisão de não entrar imediatamente com medicamentos, o médico se baseia em bons resultados gerais de exames como glicemia e colesterol e se os rins estão funcionando direito. A ausência de outros problemas cardiovasculares também é considerada. Pesa ainda o fato de a pessoa ser ou não fumante.
As avaliações são periódicas. Em geral, depois de seis meses ele vai medir a pressão novamente. Se os valores caíram, é possível continuar nesse caminho, mas lembrando que a doença não foi eliminada e que, portanto, é preciso manter os cuidados. Se mesmo depois das mudanças no estilo de vida a pressão continua subindo ou estabiliza apenas em um patamar elevadíssimo, o especialista prescreve remédio para controlar a situação. Ele indica, entre as diferentes categorias de antihipertensivos, aquela que vai trazer os melhores resultados em cada caso.
Alguns são diuréticos, ou seja, eliminam o excesso de sódio pelo xixi. Outros atuam como vasodilatadores. Há ainda os que impedem a entrada de cálcio nas artérias, diminuindo a resistência para a passagem do sangue. E um dos medicamentos mais usados impede a produção de angiotensina, molécula que faz os vasos se contraírem e aumenta a pressão.
A partir do estágio da doença classificado como moderado, a conduta é adotar dois ou mais antihipertensivos para atuar em diversas frentes.
Há também casos de hipertensão resistente quando a pressão não fica abaixo de 14 por 9 mesmo com o uso de três classes de remédio. Aí, o cardiologista pode lançar mão de inovações a exemplo de um aparelho que emite ondas de alta frequência na região dos rins. Como nos hipertensos o cérebro manda uma mensagem errada a esses órgãos para liberarem substâncias vasoconstritoras, o objetivo do método é cortar essa comunicação.
Para isso, um cateter é introduzido na virilha e guiado até as artérias renais. Nesse ponto, é disparada uma radiação capaz de queimar alguns nervos, fechando assim a conexão com o sistema nervoso. Sem o estímulo enviado aos rins, os vasos podem se dilatar e a pressão tende a melhorar. A conduta, entretanto, depende de cada caso. Mas o certo é que um estilo de vida balanceado sempre vai ajudar, não importa a gravidade.