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SAÚDE

Menopausa: causas, sintomas e mitos e verdades; veja tudo sobre a fase

12 setembro 2022 - 10h35Por Olhar Digital

Embora a internet ofereça hoje um vasto catálogo de explicações e informações sobre a menopausa e tantos outros assunto, o tema ainda é envolto em tabus e dúvidas; com quantos anos começa? Quando ela é considerada precoce? Existem sintomas que indicam sua chegada? 

Para ajudar a sanar parte dos tantos questionamentos, o Dr. Alexandre Rossi, médico ginecologista e obstetra colaborador de Ginecologia da Faculdade de Medicina da USP, explicou, primeiro, o que é a menopausa; é a interrupção natural da menstruação, causada pela falta da produção dos hormônios estrogênio e progesterona pelos ovários. “Nesta fase, que marca a passagem da fase reprodutiva para a fase não-reprodutiva, os ciclos menstruais se tornam irregulares, até a interrupção definitiva do ciclo menstrual, a chamada pós-menopausa.” 

O processo inicia já por volta dos 30 anos de idade, quando os ovários pouco a pouco reduzem a produção de estrogênio e progesterona, que são os hormônios que regulam a menstruação. Nesta fase, também, a fertilidade vai diminuindo. 

A partir dos 40 anos, pode começar a haver alteração no período menstrual, com ciclos mais longos ou mais curtos, mais ou menos frequentes. Após alguns anos, virão as falhas no ciclo menstrual. 

Quando a menopausa é considerada precoce? 

Nem sempre a menopausa acontece naturalmente ou no tempo esperado. “Há a chamada menopausa precoce, que ocorre antes dos 40 anos. Nestes casos, nem sempre a causa é conhecida. Pode ser uma questão genética, autoimune, infecciosa ou também por efeito de tratamentos como radioterapia, quimioterapia ou em decorrência de cirurgias.” 

Entre as causas que podem colaborar para uma menopausa precoce estão: remoção do útero; quimioterapia e radioterapia; fatores genéticos relacionados aos hormônios e doenças autoimunes. O tratamento indicado para os casos geralmente envolve terapia hormonal. 

Quais os sintomas da menopausa? 

No climatério, algumas queixas são comuns, trazendo desconforto em diferentes graus. As diferenças entre o que cada mulher sente e o nível de desconforto pode ser grande. Por este motivo, é importante que haja acompanhamento médico individualizado, para que cada mulher possa receber a melhor orientação para o seu caso, trazendo muito mais conforto e possibilitando passar por esta fase com mais qualidade de vida. 

O Dr. Rossi cita as principais queixas desta fase: 

Alterações menstruais   
Calor (fogacho) 
Coceira, secura vaginal, redução da libido 
Diminuição do tamanho dos seios 
Sudorese noturna  
Insônia 
Alterações de humor, ansiedade, irritabilidade e depressão 
Diminuição da autoestima 
Ganho de peso 
Desaceleração do metabolismo 
Pele seca e cabelos mais finos, surgimento de espinhas 
Diminuição da elasticidade da pele 
Dores de cabeça 
Aumento da porosidade dos ossos 
Calafrios 
Diminuição da memória  
Fadiga
Incontinência urinária 

Quando procurar tratamento? 

Além das consultas de rotina, o médico alerta que é importante procurar um médico caso perceba irregularidade no ciclo menstrual ou se um ou alguns dos sintomas estiverem presentes na rotina da mulher. 

“É possível que muitas mulheres atravessem este período sem a necessidade de qualquer intervenção, pois a menopausa é um processo natural do organismo feminino. Há, ainda, algumas dicas que podem auxiliar por meio de mudanças simples nos hábitos de vida, incluindo a prática de atividade física e a inclusão de alguns alimentos no cardápio”. 

Em outros casos, pode ser necessária a terapia hormonal, popularmente conhecida como reposição hormonal. Este tratamento é especialmente indicado para a redução dos fogachos, por meio da administração de estrógeno ou da combinação de estrógeno e progesterona. 

Vale destacar que a reposição hormonal é contraindicada em mulheres que já sofreram infarto ou com comprometimento das artérias coronárias, que possuam doença no fígado, com histórico de câncer de mama, de endométrio, doença vascular cerebral (AVC) ou hipertensão arterial não-controlada. 

Para estes casos, há opções de terapias não hormonais, incluindo fitoterápicos, homeopatia e acupuntura. 

Menopausa e alimentação 
Uma dieta rica em cálcio e vitamina D pode trazer diversos benefícios para a saúde, além de auxiliar a atravessar com mais conforto alguns dos sintomas do climatério. Por isso, lembre-se sempre de incluir em sua rotina alimentos como: 

Grãos, como amêndoas, nozes, castanhas e pistache 
Folhas verdes escuras, como brócolis e couve-manteiga 
Leite desnatado e derivados 
Peixes, especialmente atum, salmão e sardinha 
Soja e derivados, como o tofu 
Inhame 
Grão de bico 
Suco de cranberry 

Para reduzir outras queixas, há dicas específicas que poderão proporcionar mais conforto. Confira abaixo: 

Calor da menopausa: por conta da queda dos níveis de estrógeno no corpo, a sensação de calor e intensificação da sudorese podem ser amenizadas com o uso de roupas leves e confortáveis, optando por tecidos feitos de algodão ou próprios para a prática esportiva, evitando os tecidos sintéticos e as roupas mais justas. A atividade física, inclusive, é excelente aliada para melhorar as ondas de calor e aumentar o bem-estar. 

Queda de colágeno: a redução da produção de colágeno nesta fase pode levar ao surgimento mais acelerado de rugas, queda de cabelo e enfraquecimento das unhas. Evite banhos muito quentes e mantenha a pele bem hidratada. O filtro solar, mesmo no inverno ou para ficar em casa, é indispensável, principalmente no rosto e nas mãos. 

Relações sexuais: as queixas aqui estão relacionadas à queda da libido e redução da lubrificação, efeitos da perda da elasticidade do canal vaginal, queda de colágeno e afinamento da pele na região genital. Para todas estas questões, o médico ginecologista poderá sugerir lubrificantes específicos ou outras alternativas para contornar o desconforto. 

Ansiedade, insônia e depressão: no climatério, diversas questões físicas e psicológicas poderão interferir no dia a dia da mulher, levando a uma série de questionamentos. Não é raro que surjam dificuldade para dormir, mudanças de humor, instabilidade emocional e outras questões que não devem ser minimizadas. Novamente, são assuntos que devem ser levados ao consultório do médico, que apresentará opções de tratamentos ou, quando necessário, indicará outros profissionais para um atendimento multidisciplinar. 

Também é importante lembrar que, após a menopausa, a mulher torna-se mais suscetível a algumas doenças que merecem atenção redobrada. A incidência de doença cardiovascular aumenta nesta faixa etária, assim como o risco de fraturas pela perda de densidade óssea. 

As infecções urinárias também podem se tornar mais comuns, assim como a perda involuntária de urina, pelo enfraquecimento dos músculos do assoalho pélvico e dos tecidos da vagina e uretra. 

Exercícios físicos regulares, uma dieta equilibrada, manter consultas e exames de rotina em dia e comunicar ao médico qualquer alteração que esteja trazendo desconforto são o princípio para manter a saúde e seguir com disposição nesta etapa da vida.