Palmas
24º
Araguaína
24º
Gurupi
22º
Porto Nacional
23º
REDE ORTO
JUSTIÇA ELEITORAL

MPE aponta fraude à cota de candidaturas femininas e requer anulação de chapas

12 dezembro 2024 - 09h31

A Promotora Eleitoral da 7ª Zona Eleitoral, Cynthia Assis de Paula, ingressou, na quarta-feira, 11, com quatro ações de investigação judicial eleitoral por fraudes em cota de candidaturas femininas nas cidades de Monte Santo do Tocantins e Paraíso do Tocantins.

Participe do grupo do O Norte no WhatsApp e receba as notícias no celular.

Conforme foi apurado, diferentes partidos políticos registraram candidaturas fictícias de mulheres ao cargo de vereadora nas eleições de 2024. O objetivo foi simular o cumprimento da legislação que exige que partidos e coligações formem sua lista de candidatos ao Legislativo com pelo menos 30% de mulheres.

Nos quatro casos de candidaturas fictícias investigadas, uma das candidatas não obteve nenhum voto. As demais candidatas receberam 4 ou 6 votos.

Outros indícios reforçam que as candidatas apenas cumpriram a reserva de vagas, sem de fato terem realizado campanha eleitoral. Duas delas tiveram despesas de campanha zeradas, e outras duas declararam valores irrisórios. Nenhuma cadastrou site ou rede social perante a Justiça Eleitoral  nem mesmo utilizou suas redes pessoais para comunicar a candidatura aos eleitores e pedir votos.

Em um dos casos, a candidata foi ouvida pelo Ministério Público Eleitoral, na presença do seu advogado, e relatou que foi convencida a registrar candidatura, porque faltavam mulheres para que o partido conseguisse registrar a chapa.

Contexto

A Promotora Cynthia Assis de Paula lembra que a reserva legal mínima de 30% de candidaturas femininas foi instituída pela Lei n. 12.034/2009 com o objetivo de ampliar a participação da mulher nos espaços de poder, para, em consequência, reduzir a histórica desigualdade de gênero e fortalecer as políticas públicas que garantam os direitos das mulheres.

Penalidades

Como o percentual mínimo de candidaturas de mulheres é condição para que os partidos participem das eleições, a Promotoria Eleitoral pede que seja anulada a chapa proporcional, com a cassação do registro ou do diploma de todos os candidatos ao cargo de vereador pelos respectivos partidos - o que inclui os eleitos e os suplentes.

Partidos que são alvo da investigação

Partido Democrático Brasileiro (MDB) de Monte Santo do Tocantins.
Partido Democracia Cristã (DC) de Monte Santo do Tocantins.
Partido Liberal (PL) de Monte Santo do Tocantins.
Partido União Brasil (UB) de Paraíso do Tocantins.

*Ascom MPTO