Após ser preso pela Polícia Civil neste domingo (15) no Sul do Estado, o ex-governador Mauro Carlesse negou que estaria planejando fuga para fora do país: "Nunca, jamais!".
Participe do grupo do O Norte no WhatsApp e receba as notícias no celular.
Em entrevista ao Portal É Notícia Tocantins, o ex-gestor disse que ainda não tem acesso aos autos do processo mas que irá se inteirar para preparar sua defesa e pedir a revogação da prisão.
"Tô aqui para prestar esclarecimento...estou à disposição da Justiça".
ENTENDA O CASO
Na manhã deste domingo (15), o ex-governador do Tocantins Mauro Carlesse (Agir) foi preso pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Tocantins (MPTO). A prisão ocorreu na Fazenda Joia Rara, propriedade do ex-governador, localizada em São Salvador, próximo ao município de Peixe, no sul do estado.
A operação também incluiu o cumprimento de mandados de busca e apreensão, expedidos pela 3ª Vara Criminal de Palmas. Segundo o MPTO, a prisão foi motivada por indícios de um possível plano de fuga para o exterior. Detalhes sobre o plano e suas motivações não foram divulgados devido ao sigilo judicial que envolve o caso.
Além de Carlesse, a Justiça também decretou a prisão preventiva de Claudinei Aparecido Quaresemin, ex-secretário de Parcerias e Investimentos do Tocantins, investigado por sua participação em um esquema de corrupção ligado à Operação Overclean.
OPERAÇÃO OVERCLEAN
Deflagrada na última terça-feira, 10, pela Polícia Federal em parceria com o Ministério Público Federal, Receita Federal e Controladoria-Geral da União, a Operação Overclean apura crimes como fraudes licitatórias, desvio de recursos públicos, corrupção e lavagem de dinheiro. A ação envolveu mandados em diversos estados, incluindo Bahia, São Paulo, Goiás e Tocantins.
No total, 16 pessoas tiveram prisão decretada, entre elas Claudinei Quaresemin, que, segundo a investigação, teria favorecido empresas envolvidas no esquema durante sua atuação na gestão de Mauro Carlesse.
PREJUÍZO MILIONÁRIO
As investigações apontam que entre 2021 e 2024, uma das empresas favorecidas em licitações realizadas pela Secretaria de Educação (Seduc) e pela Secretaria de Administração (Secad) recebeu mais de R$ 59 milhões. Os repasses anuais foram os seguintes:
• R$ 13.568.759,18 em 2021;
• R$ 18.649.522,68 em 2022;
• R$ 18.100.385,03 em 2023;
• R$ 8.945.565,09 em 2024.
Além disso, os investigadores identificaram pagamentos de R$ 805.400 em depósitos diversos para pessoas físicas e jurídicas indicadas por Quaresemin.