Thiago Marcos Barbosa de Carvalho, preso pela Polícia Federal nesta terça-feira (18), recebia um salário bruto de R$ 22.859,66 mil como assessor jurídico do Ministério Público do Tocantins (MPTO). Ele foi exonerado do cargo após a operação, que investiga vazamentos de decisões judiciais.
OPERAÇÃO DA PF
A ação faz parte da Operação Sisamnes, autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), e apura crimes como obstrução de justiça e corrupção. Foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão e um de prisão. Thiago trabalhava no gabinete do procurador Ricardo Vicente da Silva, também alvo de buscas.
SOBRINHO DO GOVERNADOR
Thiago é sobrinho do governador Wanderlei Barbosa (Republicanos), que não é investigado na operação. A defesa do governador afirmou que ele não recebeu nenhuma informação privilegiada, não é alvo da investigação e nem foi citado no processo e que Thiago e Goianyr Barbosa, outro preso, não possuem vínculo com o governo estadual. (veja nota completa no final da matéria).
INFORMAÇÕES SIGILOSAS
A PF investiga uma rede que monitorava, vendia e repassava informações sigilosas sobre investigações do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Esses vazamentos atrapalhavam operações policiais. Além das prisões, medidas como afastamento de cargos e recolhimento de passaportes foram determinadas.
EX-PREFEITO PRESO
Goianyr Barbosa, ex-prefeito de Almas e cunhado do governador, também foi preso durante a operação após a PF encontrar uma mochila com R$ 22,5 mil em sua casa. Segundo a defesa, ele jogou o dinheiro pela varanda ao achar que estava sendo assaltado.
O QUE DIZ O MPE
Em nota, o Ministério Público Estadual (MPTO) afirmou que todas as medidas necessárias para atender à determinação do Supremo Tribunal Federal foram adotadas e que o servidor foi exonerado. (veja nota completa no final da matéria).
Íntegra da nota do Ministério Público Estadual do Tocantins
O Ministério Público do Tocantins (MPTO) informa que todas as medidas necessárias para atender à determinação do Supremo Tribunal Federal foram adotadas. A instituição reforça seu compromisso com a legalidade e a transparência e seguirá acompanhando o desenrolar dos fatos, colaborando com as autoridades competentes.
Além disso, o MPTO esclarece que o servidor citado nas investigações que resultaram na operação da Polícia Federal foi exonerado do cargo nesta data.
_____________________________________________________________________________________
Íntegra da nota da defesa do governador Wanderlei Barbosa
A defesa do Governador Wanderlei Barbosa esclarece que desde o dia 15 de abril de 2024 ele foi formalmente habilitado no inquérito da FAMES-19 junto com seus advogados, tendo, desde então, acesso regular ao processo por meio dos trâmites legais.
Dessa forma, não houve qualquer recebimento de informação privilegiada um vez que a conversa mencionada na investigação da Operação Sisamnes, encontrada no WhatsApp dos suspeitos, data de 28 de junho de 2024, quase três meses desde que a defesa do governador já possuía acesso integral ao processo.
Reforçamos que o Governador Wanderlei Barbosa não é alvo da investigação e nem foi citado no processo. Eventuais desdobramentos são de exclusiva responsabilidade dos investigados, não cabendo qualquer tentativa de vinculação ao governador por atos individuais de terceiros.
Destacamos ainda que Thiago Barbosa e Goianyr Barbosa, citados na investigação, não possuem qualquer vínculo com o Governo do Tocantins. Thiago era assessor do Ministério Público Estadual (MPE), e seu pai, Goianyr Barbosa, não ocupa cargo na administração estadual.
A defesa reitera sua confiança nas instituições e no devido processo legal, assegurando o direito constitucional ao contraditório e à ampla defesa.