A Polícia Civil realizou uma perícia nesta sexta-feira (4) em uma cerâmica localizada em Guaraí, no norte do Tocantins. O local pertence ao principal suspeito do desaparecimento de Míria Mendes Sousa Lima (19 anos), que sumiu em agosto de 2023.
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O homem investigado, ex-companheiro da vítima, está preso preventivamente desde março deste ano, quando foi deflagrada a Operação Déjà-vu.
SUSPEITA DE INCINERAÇÃO DO CORPO
Segundo o delegado Antonione Vandré, a polícia recebeu informações de que o corpo de Míria pode ter sido queimado nas fornalhas da cerâmica.
Apesar disso, os relatos vieram de pessoas que se recusaram a se identificar, alegando medo do investigado. “Todos relataram temor diante da periculosidade do suspeito”, afirmou o delegado.
VERSÕES CONTRADITÓRIAS
O delegado Joelberth Nunes informou que a perícia nas fornalhas foi solicitada devido às versões contraditórias apresentadas pelo suspeito sobre o caso.
Em um dos depoimentos, ele tentou transferir a culpa para uma funcionária da casa, dizendo que houve um desentendimento entre ela e Míria. A funcionária negou totalmente qualquer conflito com a jovem.
HISTÓRICO DE VIOLÊNCIA
A investigação revela que o homem já teria agido com violência contra Míria meses antes do desaparecimento, chegando a empurrá-la de um carro em movimento.
Ele também é acusado de praticar atos semelhantes contra outras duas ex-companheiras, incluindo tortura e agressões físicas e psicológicas. A Polícia o considera reincidente em crimes de violência doméstica.
Viaturas da Polícia Civil durante perícia em cerâmica — Foto: Divulgação/PCTO
O QUE DISSE O SUSPEITO
Inicialmente, o suspeito afirmou que Míria havia saído de casa após um surto e deixado a filha e documentos da guarda. Também chegou a dizer que ela foi para Goiânia com outro homem, mas nunca apresentou provas dessas alegações.
A versão é contestada pela mãe da vítima, que registrou o desaparecimento e afirmou que Míria não manteve mais contato com a família desde 21 de agosto de 2023.
OPERAÇÃO DÉJÀ-VU
A Operação Déjà-vu recebeu esse nome em referência ao padrão de comportamento violento repetido pelo suspeito com diferentes mulheres.
A SSP informou que o objetivo é romper esse ciclo de agressões, dar voz às vítimas e esclarecer todos os fatos relacionados à morte de Míria.
COLABORAÇÃO DA POPULAÇÃO
A Polícia Civil continua as investigações e pede que qualquer informação sobre o caso seja repassada de forma anônima pelos canais oficiais, incluindo o WhatsApp: (63) 3464-1418.