A Polícia Civil de Palmas investiga Iomayra Oliveira dos Santos, 36 anos, por supostamente desviar cerca de R$ 930 mil de duas empresas onde trabalhava como assistente financeira. A suspeita foi presa em flagrante no dia 20 de março, mas já está em liberdade após decisão judicial que determinou o bloqueio de suas contas bancárias.
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AS VÍTIMAS E OS VALORES DESVIADOS
Dois estabelecimentos comerciais foram afetados pelos supostos golpes aplicados pela assistente financeira. Um posto de combustíveis registrou prejuízo estimado em R$ 700 mil, enquanto uma empresa do ramo alimentício teria sido lesada em pelo menos R$ 530 mil. As investigações continuam e os valores podem aumentar conforme novos detalhes forem descobertos.
O MODO OPERACIONAL DA FRAUDE
Na empresa de alimentos, onde ocupava cargo de confiança, Iomayra era responsável pelo pagamento de fornecedores. Segundo as investigações, ela criou um esquema sofisticado: emitia boletos falsos em nome de uma empresa de sua propriedade, antecipava esses pagamentos e depois quitava novamente os boletos legítimos, fazendo a empresa pagar duas vezes pelo mesmo serviço.
Já no posto de combustíveis, a suspeita teria manipulado o sistema interno, registrando pagamentos em dinheiro como se fossem transações via Pix. Como era encarregada da conferência financeira, aproveitava para desviar pequenos valores diariamente que, somados ao longo do tempo, resultaram em centenas de milhares de reais.
COMO O GOLPE FOI DESCOBERTO
A fraude na empresa alimentícia veio à tona quando a patroa precisou assumir temporariamente as funções financeiras durante uma ausência de Iomayra. Ao analisar os registros, percebeu inconsistências nos pagamentos e descobriu os boletos duplicados. No posto de combustíveis, foi um frentista quem denunciou o esquema após meses repassando valores para a assistente.
VIDA DE LUXO COM SALÁRIO MÍNIMO
O que mais chamou atenção das autoridades foi o descompasso entre os ganhos declarados e o padrão de vida da suspeita. Com salário mensal de apenas R$ 1.500, Iomayra mantinha um estilo de vida luxuoso, incluindo carros importados novos, vários imóveis, viagens frequentes e gastos elevados com festas e equipamentos eletrônicos. A polícia suspeita que todo esse conforto foi financiado com o dinheiro desviado.
PRISÃO, AUDIÊNCIA E LIBERTAÇÃO
A prisão em flagrante ocorreu no local de trabalho em 20 de março. Durante audiência de custódia no dia seguinte, a suspeita se comprometeu a não movimentar seus recursos, mas o juiz determinou o bloqueio de bens no valor de R$ 530 mil como condição para liberdade provisória, concedida em 26 de março após o cumprimento da medida.
POSICIONAMENTO DA DEFESA
A advogada de Iomayra classificou as acusações como "precipitadas" e garantiu que sua cliente colaborará com as investigações. Em nota, a defesa afirmou que "a realidade dos fatos será exposta no momento oportuno" e pediu cautela para evitar "julgamentos prematuros".
DEPOIMENTOS DAS VÍTIMAS
Luciana Borges, proprietária da empresa de alimentos, relatou à imprensa o choque ao descobrir a fraude: "Ela veio trabalhar como se nada tivesse acontecido. Foi terrível!". Já Aurismar Cavalcante, dono do posto de combustíveis, contou como um funcionário acabou revelando o esquema após meses de participação involuntária.
ANDAMENTO DAS INVESTIGAÇÕES
As autoridades policiais continuam apurando se outras empresas podem ter sido vítimas de golpes semelhantes. Enquanto isso, Iomayra responde ao processo em liberdade, mas com severas restrições financeiras impostas pela Justiça. O caso chama atenção para a importância de controles rígidos em departamentos financeiros, mesmo em pequenas e médias empresas.