Palmas
24º
Araguaína
24º
Gurupi
23º
Porto Nacional
23º
"FOI NEGLIGENTE!"

Médica que atendeu mãe e bebê antes de morte em parto é indiciada pela polícia

20 novembro 2024 - 17h06Por Da Redação

A Polícia Civil indiciou uma médica por homicídio culposo após a morte de Karle Cristina Vieira Bassorici, de 38 semanas de gestação, e de seu bebê, Lorenzo, no Hospital Maternidade Dona Regina, em Palmas. Segundo a investigação, houve negligência no atendimento.

Participe do grupo do O Norte no WhatsApp e receba as notícias no celular.

A Secretaria de Segurança Pública (SSP) divulgou apenas as iniciais da médica: M.S.C. A Secretaria de Estado da Saúde (SES) informou que ela não faz mais parte do quadro de servidores. (veja a nota no final da reportagem).

O CASO: DORES, LIBERAÇÃO E FATALIDADE

Karle Cristina, técnica de enfermagem, chegou ao hospital no dia 29 de outubro com febre e dores lombares. Ela recebeu medicação e foi liberada. No dia seguinte, retornou com dores intensas e sangramento. Após o parto, o bebê nasceu sem vida, segundo a SES, mas a família afirma que houve tentativa de reanimação. Karle faleceu horas depois, com a causa apontada como tromboembolismo pulmonar.

FALHAS NO ATENDIMENTO

O laudo policial identificou que a paciente apresentava sinais de gravidez de alto risco e sintomas graves, mas a médica não solicitou exames essenciais, como ultrassonografia e monitoramento cardíaco fetal. Também não encaminhou Karle para observação hospitalar ou avaliação obstétrica.

A polícia concluiu que a ausência de medidas básicas agravou o quadro da mãe e do bebê. “Mesmo com a intervenção emergencial no dia seguinte, o estado da paciente já era irreversível”, informou a investigação.

AÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO

O inquérito será encaminhado ao Ministério Público para análise e possíveis medidas judiciais. O crime está enquadrado no artigo 121, §3º, do Código Penal, que prevê homicídio culposo por negligência.

A Polícia Civil destacou o compromisso com a transparência e justiça para as famílias envolvidas.

VISTORIA NO HOSPITAL

O Ministério Público Estadual (MPE) e o Conselho Regional de Medicina vistoriaram o Hospital Dona Regina. Ambos relataram problemas estruturais e sobrecarga de trabalho dos profissionais.

O MPE entrou com uma Ação Civil Pública para exigir que o Estado regularize as escalas de obstetras e pediatras na unidade, visando prevenir novos casos semelhantes.

Íntegra da nota da Secretaria de Estado da Saúde

A Secretaria de Estado da Saúde (SES-TO) informa que a referida médica não faz mais parte do quadro de servidores da Pasta e as investigações internas pelas comissões de óbito e de revisão de prontuários, do Hospital e Maternidade Dona Regina Siqueira Campos, bem como da Corregedoria da Saúde seguem em curso para a apuração dos fatos no acolhimento da paciente Karle Cristina Vieira Bassorici e seu filho Lorenzo.

A SES-TO reitera seu profundo pesar pelo falecimento da paciente e seu bebê e coloca-se à disposição dos familiares para o apoio necessário.

Por fim, a Pasta pontua que colabora com todos os demais órgãos envolvidos, na elucidação dos fatos.