O piloto de uma aeronave que fez voos rasantes pelo lago de Palmas e manobras por baixo da ponte Ponte Governador José Wilson Siqueira Campos foi identificado. Ele tem 34 anos e prestou depoimento à Polícia Civil, que abriu inquérito para apurar a possível conduta perigosa.
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Banhistas que estavam nas praias de Palmas avistaram os sobrevoos da aeronave no fim da tarde de sábado (22). Testemunhas conseguiram filmar momentos que o avião passou bem próximo do lago.
O nome do piloto não foi divulgado e por isso o g1 não conseguiu contato da defesa.
Segundo a Polícia Civil, o inquérito para apurar a conduta do profissional foi aberto pela 1ª Delegacia de Polícia Civil de Palmas. O piloto foi ouvido por meio de videoconferência para dar sua versão do que ocorreu.
O delegado o delegado Ronie Augusto Esteves explicou que a investigação começou após a equipe ser informada sobre as manobras que colocaram em risco banhistas que estavam nas praias e flutuantes em Luzimangues e na Graciosa. O crime que pode ser atribuído ao piloto é o de expor a perigo embarcação ou aeronave, que consta no artigo 261 do Código Penal.
"Poderia ter resultado em lesões corporais ou até mesmo em morte, dada a baixíssima altitude e os tipos de manobras que foram praticadas pelo piloto, em um ambiente repleto de frequentadores, sendo que muitos ficaram assustados com medo de a aeronave atingir a própria ponte ou cair nas áreas de banho”, disse o delegado.
A polícia tem até 30 dias para concluir o inquérito. Se chegar a ser denunciado e condenado pela atuação perigosa, o piloto poderá ter uma pena de até cinco anos de prisão.
Diretor do Ciopaer analisou e criticou conduta
O tenente-coronel Gustavo Bolentini, diretor do Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer), da Secretaria de Segurança Pública (SSP), considerou que ao fazer as manobras próximas à água do lago e por baixo da ponte, o piloto infringe diversas regras de aviação.
"Além de pôr em risco a própria segurança ao não obedecer às normas de voo estabelecidas, o piloto ainda violou uma série de protocolos que existem e precisam ser seguidos fielmente para garantir a segurança de todos na aeronave e do local em que ela sobrevoa", comentou Bolentini.
Nas redes sociais, o diretor do Ciopaer também alertou sobre os perigos da prática. "Imagine se esse cara toca com a ponta da pá daquele avião, cai em cima dos barcos e morrem ali 20, 30 pessoas. Ou se por um acaso ele toma uma rajada de vento. A gente está na época de rajada de vento aqui no Tocantins, e aquele petrel [avião que pousa na terra e na água] muda de direção e bate na ponte", considerou.
A Polícia Civil explicou ainda que além do inquérito, uma investigação foi aberta pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para apurar a conduta do piloto e as possíveis infrações praticadas em Palmas.
Relembre os relatos
A engenheira ambiental Roseanne Batista, de 33 anos, contou que estava com amigos quando a aeronave passou bem baixo pelo lago. "Achei até que iam pousar, porém depois ele retornou por baixo da ponte e não avistei mais".
Já o empresário Eduardo Ramon, que dono de um dos flutuantes que transporta turistas em passeios, os voos rasantes aconteceram nos últimos dois fins de semana. "Chamou muita atenção. Acho extremamente perigoso, pois coloca em perigo não só a vida do piloto, mas a todos os usuários do lago", comentou.
Outros vídeos do momento foram enviados à TV Anhanguera mostram a altura que o avião chegou próxima da lâmina de água do Lago.
O g1 e a TV Anhanguera pediram informações sobre o caso para a Força Aérea e para o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa). A FAB informou que a NAV Brasil responsável pelo caso, mas o departamento não respondeu aos questionamentos até a publicação desta reportagem.
*G1 Tocantins
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